segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Confiança: eleger o outro como parte de si mesmo


Foto: A confiança é uma questão que parte de si mesmo e de mais ninguém. Logo, nada mais justo do que colocar a minha própria foto na postagem de hoje - sem questões narcisistas, por favor, quero apenas fazer que esta questão fiquei o mais coerente possível.


O texto de hoje não é uma percepção e sim uma realidade a qual não temos controle, infelizmente. Então, (In) Blurry Oblivion, ou seja, em esquecimento-embaçado, irei colocar um trecho bíblico e a letra de uma música logo abaixo. Posteriormente, irei correlacionar a foto, o trecho e a letra (não necessariamente nesta ordem).



"Mas o que há de louco no mundo, eis que Deus escolheu para confundir os sábios; o que há de fraco no mundo, eis que Deus escolheu para confundir a força; o que no mundo é sem nome e o que se despreza, eis o que Deus escolheu..."

1 Coríntios 1, 27-28


So Unsexy - Alanis Morissette

Tão Feia

Oh, estas pequenas rejeições, como elas vão aumentando
Basta um pequeno desvio de olhar para eu me sentir mal
Em algum momento eu acho que te dei o poder
De me fazer sentir de um jeito que eu pensei que só meu pai podia fazer

Oh, estas pequenas rejeições, como elas parecem tão reais pra mim
Um aniversário esquecido e eu estou tudo, menos conformada
Como esses pequenos abandonos parecem machucar tão facilmente
Eu tenho 13 anos de novo. Terei 13 anos pra sempre?

Eu posso me sentir tão feia para alguém tão belo?
Tão mal amada para alguém tão bacana?
Eu posso me sentir tão chata para alguém tão interessante?
Tão ignorante para alguém com uma cabeça tão boa?

Oh, essas pequenas proteções, como elas falham em me ajudar
Um telefonema esquecido para eu me sentir insignificante
Oh, essas pequenas defesas, como elas falham em me consolar
Basta você virar as costas para eu me sentir desolada

Quando você vai parar de ir embora, meu bem?
Quando vou parar de fugir, meu bem?
Quando começarei a gostar de mim?

Oh, essas pequenas rejeições, como elas continuam nascendo de mim
Eu pulo do meu navio assim que eu embarco
Oh, essas pequenas rejeições, como elas desaparecerão rapidamente
A partir do momento que eu decidir não me abandonar mais


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#



Começo hoje com uma frase que ouvimos muitos em nossas vivências diárias, na verdade, esta frase eu ouvi exatamente desta forma numa canção, porém em Inglês: "A única coisa na qual você pode confiar é que você não pode confiar em coisa alguma" (Placebo, Plasticine).

Em certo ponto, concordo com a posição do autor desta canção a qual citei na frase anterior... Na verdade, eu concordaria plenamente se tivesse um entretanto: depende da ocasião, se você pode confiar ou não.

E o que você não pode confiar de maneira alguma? Que os políticos irão fazer algo pela saúde pública, por exemplo. No caso deles são somente promessas e não questão de confiança. Já foge do parâmetro que irei utilizar para a explanação de hoje. Quem sabe um dia escrevo sobre promessas, enfim... Concluindo, se não fizermos algo, se nós, cidadãos não fizermos algo para sanar esta tamanha falta de respeito com o próximo, e de tremenda importância que é a saúde, viveremos dias bem piores num futuro próximo, bem próximo.

Pois bem, o que tem a ver tudo isso? Depois de uma introdução, tornando mais óbvio o tema de hoje, começarei com o trecho bíblico. É perceptível que Deus escolheu "as coisas" mais inusitadas para si... Como assim, o que Deus irá querer fazer com aquilo que não se procede, com algo que parece ser errado, no caso, louco, fraco e sem nome/o que se despreza? Quem leu o meu texto anterior já deve ter captado alguma força proveniente de minhas palavras agora... Prosseguindo, poderíamos achar um tanto quanto incoerente Deus escolher tais para si, mas Deus não é incoerente, não se esqueça disso. Além de outras possíveis formas de interpretar este trecho, irei fazer um que me cabe neste momento. A questão é de que Deus toma para si aquilo que CONFIA fielmente. Aquilo que será capaz de transformar um meio. Aqui que será capaz de mostrar o erro da humanidade. Se Deus é Amor, logo ele tem o poder de CONFIAR até naquilo que não está conforme a normalidade, naquilo que é foge das moralidades vigentes e da lei.

Na letra da música, a cantora Alanis Morissette faz um desabafo pessoal. Não entrarei neste assunto e até porque não me cabe interpretar com achismos um texto. E sim irei fazer uma possível interpretação externa sobre o conteúdo escrito. Dentro várias frases que a letra possui, irei pegar as principais para fazer uma apanhado geral sobre o tema discutido: "Oh, estas pequenas rejeições, como elas vão aumentando / Basta um pequeno desvio de olhar para eu me sentir mal / (...) / Oh, essas pequenas rejeições, como elas desaparecerão rapidamente / A partir do momento que eu decidir não me abandonar mais"

Particularmente, noto uma angústia muito forte provindas das palavras da Alanis Morissette. Percebe-se que a rejeição aumenta gradativamente e, ao mesmo tempo, a cantora indaga quando elas irão desaparecer. A cantora conclui que será a partir do momento que não abandonar mais a si mesma.

Assim como Deus confiou nos inesperados, a cantora confiou em si mesma a fim de fazer com que as suas angústias desapareçam. Na verdade, o processo seria ao contrário:
CONFIAR EM SI MESMO - CONFIAR NAQUILO QUE NOS PARECE INESPERADO.

Logo, eis o motivo que coloquei uma foto de minha pessoa no início desta postagem. No caso, a minha foto representa cada ser humano vivente. Cada ser humano que bombeia energias psíquicas. Cada ser humano que passa por pulsões de Vida e de morte em diversos momentos.

Desta forma, a partir do que elucidei sobre o processo acima, acredito que muito do que não confiamos está em esquecimento-embaçado. Esquecemos de nós mesmos e de nosso poder vital e inovador e embaçamos o outro em nossas Vida, no caso, embaçamos assim o mesmo poder vital e inovador que este outro tem para nós, pois, de acordo com Sartre (1970), somos responsáveis por nós mesmos e pelo outro, e criamos uma imagem do outro a partir de uma escolha, pois "ao escolher-se a si próprio, o homem escolhe todos os homens".

Sendo assim, escolhendo a si mesmo e ao outro, estamos confiando em nós mesmos a partir do outro, pois somos e existimos a partir dele. Somos um ser social. Somos matéria de uma sociedade que muda a todo instante.

Que possamos ter em mente a importância da outra pessoa em nossas Vidas, por mais que seja "fora do alcance do que a nossa mente pode imaginar" e por mais que o nossos percursos Vitais façam desentendimentos e intrigas.

(In) Blurry Oblivion - em esquecimento-embaçado, até a próxima.


* Consideração final - e não menos importante:

Dedico este texto aos meus queridos e amáveis amigos: Renato Hemesath (Cine Freud) e Webert Soares (A Busca é o Encontro). Espero que vocês possam se encontrar em minha palavras, cada um dentro de suas particularidades. Com muito carinho, fiz para vocês! ;-)