sábado, 12 de julho de 2008

Caminhando Pelas Estradas Vitais...

Quadro: Commedia Dell' Arte, 1991, de Andre Rouillard.

"O teatro brasileiro no século XIX, assim como a poesia e a ficção, foi bastante expressivo no Romantismo Brasileiro. À época do Realismo, o teatro nacional entrou em crise, cedendo lugar a gêneros importados. Tanto no Romantismo quanto no Realismo, entretanto, sobressaiu um teatro crítico, divertido e moralizante - a comédia de costumes." CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. "Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas e outras linguagens" - Ensino Médio, 3ª edição, 2005, página: 348.

Como a evolução da expressão do teatro, Minha Vida também evolui, mas de uma maneira não tão satisfatória e sem minha própria aceitação. Sou cada um destes personagens do quadro, ora sou uma mocinha indefesa, ora sou um ser solitário que se lastima com os seus problemas e com os dos outros talvez, ora sou um alguém que não se preocupa com o amanhã e somente com o agora, ora sou um Bobo-da-Côrte, ora sou um palhaço que tanto faz os outros felizes como a si mesmo e ora sou uma pessoa que apenas espia toda esta Vida e não é capaz de participar dela.

Tantas coisas em minha mente nestes tempos... Vestibular, não passei novamente para Psicologia, mas tenho certeza que conseguirei passar para Terapia Ocupacional no novo campus da UnB, mesmo não sendo isso o que eu quero, pelo menos eliminarei algumas matérias para quando finalmente conseguir passar em Psicologia, nem que demore mais 5 anos. Meu pai deverá, aliás, irá ficar 6 meses fora de casa em missão no Haiti e eu deverei assumir todas as ações daqui de casa... Ora eu sinto que tenho com quem contar, ora sinto que não existe ninguém ao meu redor neste plano, a não ser minha família, aliás, meus pais somente, só tenho a eles e mais ninguém. Me dá vontade de ir embora para um outro lugar e começar Minha Vida de novo, mas eis a tacada, pensava o mesmo quando morava em BH, me mudei para Brasília e de nada adiantou. Aprendi muito aqui e Minha Vida mudou bastante, ainda não sei se foi para melhor ou não... Depois do acidente que ocorreu comigo e com minha mãe, sendo eu que provoquei, perdi o rumo e a vontade de fazer todos os meus planos... O ânimo e o entusiasmo sempre batem em minha porta, mas a felicidade nunca vem junto a eles... Ela sempre me abandona, aliás, ela nunca chega perto de mim, só de longe mesmo acena e pronto.

Caso eu não consiga passar em Terapia Ocupacional, não tenho em mente o que fazer de imediato... Só sei que não quero ficar parada, só estudando mais 6 meses almejando a UnB, não, chega.

É, realmente não tenho com quem contar por fora de meu lar e ainda é tão difícil aguentar essa pressão dos pais, mesmo eles não pressionado muito, no fundo eles fazem isso. A solidão não desiste de mim... Se não fosse Jesus no Santíssimo Sacramento não sei o que seria de mim, Nele encontro forças, Nele encontro refúgio. Depois, vem Nossa Senhora com seu manto protetor e meu Anjo da Guarda que tem disposição para ouvir minhas lamúrias o dia inteiro.

Assim Vivo e espero que no mês de agosto seja mesmo a gosto de Deus, que Ela faça alguma Graça em Minha Vida tão vasta, mas ao mesmo tempo, tão sem nexo... Mente confusa, nem pareço a mesma que escreveu a postagem anterior... Mas assim caminho pelas estradas vitais, vivo em contradições e sei que um dia tudo isso me servirá de lição: mesmo com tudo exclamando para a desistência, não desistirei de lutar e vencer.

É isso.

Até breve.


De práxis, alguma de minhas composições e, logo após, algum pensamento, poema, texto que admiro.


Deus me perdõe por este meu pecado que cometi na composição de hoje, mas me sinto como na época que escrevi isso...

GERÚNDIOS – SMITH (Eu), 16/03/2006.

Caminhando, correndo, cavalgando...
Pisando em cima de todas as merdas,
Massacrando e cuspindo em cima de todas as merdas.

Só falo merdas,
Só digo merdas,
Não presto...

Pensando, imaginando, sentindo...
Lembrando de todas as merdas que acontecem comigo,
Memorizando e concentrando para nunca mais esquecer...

Sou uma merda,
Sou uma poça de merda,
Não presto...

" _ Sim, pois não?
_ Queria saber o caminho da Bondade, da Felicidade e da Cumplicidade, por favor.
_ Há, há, há,... !!!
_ Oras, qual é a graça?
_ Você nunca irá encontrar, Ser de Merda !!! "

Caminhando, pensando...
Correndo, imaginando...
Cavalgando, sentido...
Pisando, lembrando...
Massacrando, memorizando...
Cuspindo, concentrando...

Não tenho iniciativa própria,
Apenas minha cara amarrada em quaisquer situações.

Só falo merdas,
Só digo merdas,
Sou uma merda,
Sou uma poça de merda,
Não presto...


Hoje colocarei um pensamento, uma frase e uma música que servem para mim e para este ciclo que estou vivendo...

"(...) Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. E nasci para escrever. Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo." Clarice Lispector


"A arte provoca no ser humano um estranhamento em face da realidade. É como se nós nos 'desautomatizássemos' e passássemos a ver as coisas com outros olhos." Chklovski


Te Presenteio com a Fúria - Trampa


Te presenteio com a fúria!
Dos que te viram com bondade,
Empenharam seus destinos,
Se entregaram sem maldade...
Te presenteio com a fúria!
Dos muitos mudos não vistos
Sem visto ou passagem,
Os da falsa liberdade...
Te presenteio com a fúria!

Te presenteio com a fúria!
Quando quero o que não posso,
Necessito o que não tenho
E não desejo nada além...
Te presenteio com a fúria!
Da coerência assaltada,
Da coragem acovardada,
De um sol que nunca vem...
Te presenteio com a fúria!

Eis aqui a minha verdade,
Eis aqui a minha versão,
Ponto de contradição.
Não aceito seus fatos,
Versos inacabados,
Sou fruto da subversão...

Te presenteio com a fúria!
E junto vão minhas lágrimas,
Elas levam meu sangue,
Elas lavam minha alma.
Te presenteio com a fúria!
Da esperança açoitada.
Eu me agarro em minha fé
E descarrego minha mágoa...
Te presenteio com a fúria!

O Trampa é uma banda daqui de Brasília e eles foram até no Programa do Jô há mais ou menos um mês. Eles fazem um tipo de música relacionada com a sociedade atual e com um rock próprio e muito criativo. Mais informações no site http://www.trampa.com.br/