sábado, 3 de dezembro de 2011

Que sejamos "Ser" em meio a geração-de-sofrimento

Foto: Esta imagem fala muito mais do que as minhas míseras palavras insistentes... O sofrimento em verdadeiro e real Esquecimento-Embaçado por outrem e não (mesmo) pelos os próprios que compõe a sua historicidade. No caso, o Esquecimento-Embaçado é praticado pelos narradores em terceira pessoa (os oniscientes) que sabem-de-tudo, menos o que está, de fato, acontecendo. É a geração-de-sofrimento constante.


Hoje irei explanar sobre os afetos. Esta postagem será uma continuação da anterior, Que sejamos rebeldes-contraloradores de nosso SuperEgo. No entanto não irei explanar sobre estruturas psíquicas e sim apenas de afetos, nada mais.

Logo abaixo segue uma frase e uma música que serão usadas na correlação de minha explanação da presente data. Mais logo abaixo irei fazer a explanação de minha perspectiva Vital (concorde ou não).


 "O desprezo é a forma mais sutil de vingança." Baltasar Gracián y Morales


Viver pra Mim é Cristo - Typ Vox

Senhor, preciso te dizer que é impossível Lhe esquecer
Que não estou só nessa batalha entre o bem e o mal
A cada nova experiência eu Te glorifico mais
Te ter é maior diferença em mim



Se os bons combates eu não combater
Minha coroa não conquistarei
Se minha carreira eu não completar
De que vale minha fé tanto quardar
 

Se perseguido aqui eu não for
Sinceramente um cristão não sou
A Tua glória quero conhecer

Viver a experiência de sobreviver


Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho
Não há outra questão quando se é cristão

Não pára de lutar

Triunfarei sobre o mal, conquistarei troféus
Não há outra questão quando se é cristão

Não pára de lutar, até chegar ao céu
 
Se calarem o som da minha voz, em silêncio estarei a orar
Se numa prisão me colocar, eu vou Te adorar
Se minha família me trair, eu vou sonhar com Deus
Viver Seus planos, isso é parte de uma carreira de cristão



#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#



Se eu faço tudo errado ou se sou um quase perfeito... Na verdade, qual é o meu verdadeiro problema? Com certeza não é isso dito anteriormente. O SuperEgo se acalma e entra em onisciência. A onisciência é culpa do SuperEgo. Fique tranquilo, SuperEgo, irei dar um refresco para a vossa estrutura psíquica no dia de hoje (percebe-se que trato o SuperEgo como entidade, e acredito fortemente que seja).

Em alguma sexta-feira passada, pela madrugada, encontrei uma ex-BBB em um pub aqui em Brasília... E quem é ela? O que é BBB (ainda mais ex-BBB)? O que é o quê? Na verdade nada existe, somos Seres que caminhamos para o nada.

Sim, pare e preste atenção por um minuto... Quantos feitos bons deixou de fazer por causa de outras pessoas? Ou quantos feitos maléficos fez para sair "vitoriosos" e, no caso, prejudicando outras pessoas? Quantos feitos totais você já fez na sua Vida? Quem é você??

Acredito que até a segunda pergunta é possível se responder. Depois dela, já encontramos em nosso nada-particular. Temos um nada-público e um nada-particular. Infelizmente a união de ambos sempre geram afetos negativos.

Acredito que a raiva é o primordial dos afetos. É ela quem (a raiva, outra entidade) gera todos os outros tipos de sofrimentos. Vejam, quando sentimos raiva, logo nos vem uma angústia por nos sentirmos incompetentes, de alguma forma? Ou quando sentimos raiva, logo sentimos alívio, neste caso, por ter conseguido prejudicar o outro? A raiva gera tudo em nosso nada. Tudo é nada.

Pois bem, pegando as perguntas que fiz anteriormente, encaixo a frase que coloquei logo acima:  "O desprezo é a forma mais sutil de vingança."

O primeiro sentimento que nos vem, independente de nossa ação (seja que quem foi prejudicado ou de quem prejudica outrem), sentimos raiva e a evolução negativa deste afeito incontrolável é o ódio. Quando chegamos ao ponto máximo do ódio, logo nos vem em mente a vingança. Queremos nos vingar a qualquer custo! Bom, no caso da segunda pergunta, a vingança vem antes da raiva e do ódio. O sujeito se vinga, sente raiva e ódio e depois sente alívio. Como a vingança é um ato, todo ato precede de um afeto. E qual o afeto que precede a vingança do sujeito que prejudia o outro? Isso somente depois de uma extensa avaliação da história de Vida do sujeito... Quem sabe medo, por um abandono na tenra infância (por exemplo). Quem é prejudicado, sendo o caso da primeira pergunta, o sujeito sente raiva, ódio e logo vem a ação de querer se vingar por tal injustiça, digamos. O prejudicado foi vítima de um ato do outro, por isso vem os afetos depois: ação-reação.

Agora, há uma evolução afetiva positiva neste caso. Quando tomamos consciência de quem nós somos, percebemos toda a nossa essência, a nossa hisotricidade, a nossa cultura. E surge a geração-de-sofrimento. Quem foi prejudicado sofre por não encontrar uma melhor saída de conseguir se livrar daquela angústia (eis o afeto após o querer se vingar). Quem prejudica, sofre neste caso e nos outros casos que já cometeu em sua Vida (por isso é geração-de-sofrimento). Quem consegue "pisar na cabeça" de um para poder ser beneficiado, já fez ou fará muitas e muitas outras vezes. Este sujeito sofre pelo resto de sua Vida, pois não consegue captar a sua verdadeira essência, não consegue ver o seu potencial inovador. A partir disso, já pode-se dizer que existe alguma psicopatologia (isto é um caso para outro texto ou talvez não, já que não me cabe aprofundar em conhecimentos que fogem ainda do meu saber).

Pois sim, além do sofrimento, vem a angústia. Quem prejudica sente sofrimento e angústia, são dois afetos que se misturam e se transformam em uma dor incontrolável. Esta dor é tratada como mais um afeto que tem que ser destinada a outrem. Por isso que entrei no aspecto da psicopatologia neste caso (e paro por aqui). 

Quem é prejudicado, sente angústia de não conseguir mensurar o tamanho deste afeto. Entra aí a evolução afetiva positiva: o sujeito que consegue chegar nesta perspectiva faz um retrocesso profundo de sua Vida. Ao querer liberar este afeto que o atormenta, o sujeito o despreza. Assim destina este mesmo desprezo ao outro, quem o prejudicou, no caso. Eis o término da vingança.

Não acredito que a pessoa que não-pratica vinganças seja por amor ao próxima e sim pelo processo que descrevi acima. O amor ainda irá surgir...

De acordo com a música: "Se perseguido aqui eu não for / Sinceramente um cristão não sou". O que pode se entender de ser um "cristão"? Seja você ateu ou religioso, o "cristão", neste contexto é um sujeito que pratica a moralidade, a ética, os bons costumes culturais de sua comunidade. Um sujeito que é capaz de entrar em alteridade. Um sujeito que é capaz de ver no outro parte de si e respeitá-lo com um membro de si mesmo. Um sujeito que pulsa, age e vive.

E, desta forma, podemos entender o "cristão" exatamente da forma como descrevi e podemos comprovar isso em outro trecho da música: "Triunfarei sobre o mal, conquistarei troféus / Não há outra questão quando se é cristão / Não pára de lutar". É exatamente isso! Vencer na Vida, conquistar as nossas metas e sonhos e não parar de lutar, mesmo diante das adversidades Vitais.

Quem é prejudicado, então, ao entrar no ato do desprezo de seus afetos e do outrem que o prejudicou, é forçado pela situação a fazer revisões de Vida em seus refratários do inconsciente. Tais refratários são recipientes que deixamos armazenados todos os nossos traços de memórias. Memórias traumáticas, memórias inovadoras... Entramos em nossos traumas ou naquilo que nos inovaram um dia, cada sujeito consegue entrar em sua historicidade e deslocar este desprezo, que é sentido em si e para o outrem, para algum refratário. Qual? Eu não sei... Cada um tem a denomição do seu refratário, da mesma forma que cada um tem o seu nome e sobrenome. O desprezo é deslocado para um refratário, o qual, o desprezo será sentido como compaixão (a compaixão é o sentimento oposto do desprezo). Compaixão é sentida como afeto e, consequentemente, é destinada para o outrem que causou esta compaixão, por conta do desprezo anteriormente. 

Entende-se que o afeto do desprezo e para quem destinamos o desprezo é uma única coisa em nosso psiquismo. Assim, também, com a compaixão acontece, pois o sujeito é aquele que descrevi mais acima, aquele que consegue encontrar no outro partes de si mesmo, por isso que perante ao outro ele é somente um. Sim, ele tem em sua mente a separação daquilo que é meu-e-do-outro, porém, consegue perceber que não pode existir sem a alteridade em viver em sociedade, de captar o outro em si, sempre.

Por fim, quem encontra a compaixão em si e consegue senti-la pelo outro, consegue encontrar aquele sentimento de afeto sentindo em sua tenra infância. Nós somos aquilo que fomos, em nossa infância. Principalmente nos cuidado maternos, são eles (outra entidade) que nos constitui hoje. Aquela mesma compaixão que as nossas mães tiveram por nós quando éramos um ser frágil (cabe aí a palavra ser com letra minúscula, pois nesta época ainda somos um ser que está prestes a aprender a agir ou reagir no mundo) e que precisávamos somente de cuidado. A mãe é um Ser único e especial, o qual foi capaz de brotar apenas compaixão de si mesma, sem nunca ter passado por este processo tão cruel que tenho descrevido até então. 

A compaixão é sentida quando olhamos um Ser frágil, que precisa de cuidado... Daí surge o AMOR. Precisamos de cuidar até mesmo daquele que nos fez tanto mau. O amor é puro e não mede esforços. Por isso que não tem conexão com nenhum outro afeto negativo e surge da compaixão pelo outro, somente.


SUJEITOS PSÍQUICOS-NORMAIS:
Raiva-ódio-vingança-sofrimento+angústia-desprezo-compaixão-amor=destinar-a-outrem

SUJEITOS PSÍQUICOS-DOENTES:
(?)-Vingança-raiva-ódio-alívio-sofrimento+angústia-psicopatologia=destinar-a-outrem


"Enfim e em fim", que sejamos Ser! E não simplesmente ser vivente e reagente. O Ser é aquele que age no mundo, que age em seu tempo e em sua situação. É o Ser que tem valor para si mesmo e para os outros. Entramos em nosso Esquecimento-Embaçado e deixamo-nos reagir perante os nossos envolvimentos do cotidiano. Em meio os tempos de geração-de-sofrimento em todos os sentidos possíveis, que possamos entrar em percepção com os nossos afetos verdadeiros e ver a nossa falha e que, infelizmente, estamos contribuindo para este processo de sofrimento insistentemente. Quem não conseguir entrar neste processo (dos sujeitos psíquicos-normais), procure uma ajuda profissional, por favor. É a fim de melhoramos o nosso mundo. Acredito que a causa dos desastres (digo em todos os sentidos) que vivemos atualmente são por distúrbios mentais dos homens, então, mais uma vez, procure ajuda.

Agora uma felicitação pessoal: Feliz Natal e Próspero Sempre à todos. Que no Natal possamos Ser-luz e encontrá-la no outro. E acredito que os anos são correntes do sempre, os anos são apenas partículas cronológicas que nos separam do nosso nada-particular do nada-público.

(In) Blurry Oblivion - em Esquecimento-Embaçado, até o próximo sempre.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gozo IV - Vicissitudes




 Dedico esta música para as minhas vicissitudes, em formato de Seres que eu deixei pela vastidão do território Vital. Infelizmente as minhas vicissitudes encarnadas nestes Seres não irão voltar, pois eu mesma não permiti que voltassem. Alguns eu lamento em cada dia de Minha Vida, outros não faço a mínima questão de lembrar que existem (estão em perfeito Esquecimento-Embaçado).



It's Over - Level 42

 Acabou

Não estarei aqui quando você voltar pra casa
Desculpe-me se você não entende, perdoe-me se puder
Mas eu posso ver outra estrada
E não vou voltar

Não procure por mim nesta cidade
Porque eu estarei muito longe, você nunca vai me encontrar em lugar algum
E não levarei lembranças
Nem promessas pitorescas perfumadas
Porque acabou
E não vou voltar

Você me deu tudo
E agora estou partindo seu coração
Você sabe que eu não quero
Destruir o seu mundo

Eu nunca iria embora se pensasse que você não suportaria a dor
Uma carta na sala
Está escrita na parede
Uma carta sem palavra alguma de amor
Porque acabou (porque acabou)
E não vou voltar

E enquanto fecho a porta
Sei que estou partindo seu coração
Eu deveria ter te amado mais
Em vez disso, destruí o seu mundo

E enquanto entro na solitária tarde
Sinto-me triste o suficiente
Sinto-me mal o suficiente
E todas as vezes em que você está solitária onde está
Por favor, não me odeie
Eu simplesmente não pude fingir... Oh, não

Sentir as lágrimas
Posso sentir as lágrimas
Escorrendo pelos anos