HEART AND SOUL - JOY
DIVISION
Coração e Alma
Instintos
que podem ainda nos trair
Uma
jornada que leva até o sol
Desalmado
e inclinado em destruição
Uma luta
entre certo e o errado
Você tome
meu lugar no confronto final
Eu
olharei com um olhar lamentável
E
humildemente, pedirei perdão
Um pedido
muito além de você e de mim
Coração e
alma, um irá queimar.
Coração e
alma, um irá queimar.
Um abismo
que ri da criação
Um circo
completo com todos os tolos
Fundações
que duraram as eras
Então
arrancadas pelas raízes
Além de
todo este bem, há o terror
O aperto
de uma mão mercenária
Quando a
selvageria transforma todas as boas razões
Não há
volta, não há um ultimo á ficar de pé
Coração e
alma, um irá queimar.
Coração e
alma, um irá queimar.
Existência...bem
o que ela significa?
Eu existo
nas melhores condições que posso
O passado
é agora parte do meu futuro
O
presente está bem fora de controle
O
presente está bem fora de controle
Coração e
alma, um irá queimar.
Coração e
alma, um irá queimar.
Coração e
alma, um irá queimar.
Coração e
alma, um irá queimar.
#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#
Tentarei
fazer o processo contrário do esquecer-embaçar. Na verdade será capturado
aquilo que está embaçado em nossa realidade paralela, onde criamos um mundo
próprio, a fim de deixarmos na superfície o que poderia ser esquecido de forma que não
nos faça mal algum, pelo contrário, perceberemos que faz parte de nossa
existência a evolução do modo de sentir afetos pelo outro, entendendo a função
do outro em nossos vínculos.
A música
acima traduz muitos dos sentimentos que todos nós, míseros humanos, bombeamos
todos os dias e em diversos acontecimentos. Porém, tais sentimentos podem ser os
nossos próprios traidores se não fizermos um exercício diário.
Infelizmente,
nem tudo é como imaginamos... como diria uma canção do Lulu Santos "como
uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer".
Quantas e quantas vezes nos iludimos com situações e pessoas? Criamos uma
grande utopia, onde enxergamos apenas a nossa versão pelo fato de ser mais
confortável a nós. Projetamos nossos ideais e montamos um protótipo perfeito
daquilo que estamos vivendo tão intensamente. E que tal pensar na função do
outro neste exato momento?
O outro
está bem ali, participando ou não desse vínculo. Muitas vezes este não se
entrega com a mesma intensidade... pois quem projeta e cria uma visão do outro
tem mais afetos para doar do que o outro que simplesmente entrou na história. Quando
percebemos a situação na qual nos doamos afetos grandiosos, os quais eram
totalmente empenhados nesta doação, e percebemos a real função do outro, - que
não está empenhado - logo surge um sentimento de incapacidade, algo que
deprecia a nós mesmos.
Quem vai
se queimar? Eis uma dupla infalível: coração e alma ou vida e morte.
O
coração, ou a vida, seria a parte que estamos repletos de energia para doar o
que há de melhor em nós para o outro. A pulsão de vida esta a todo vapor.
Quando
nos deparamos com a real situação, a qual criamos uma realidade paralela
confortável a nós mesmos, percebemos a função do outro que participa desta
doação de afetos. Por não termos percebido tal função desde o começo a criação
do vínculo há uma quebra da realidade que criamos. Isto gera um trauma
sentimental.
Depois
da fase do auto-depreciações, citada mais acima, concomitante ao trauma
sentimental, percebe-se que a alma, ou a morte, vem à tona. Entramos numa
segunda realidade paralela, repleta de horrores e angústias. Somos capazes de
aceitar qualquer explicação simplista que se baseie em "algo que eu tenha
feito de errado", ou seja, algo que culpabilize a nós mesmos. Pulsão de
morte, poderia dizer.
Nisso,
duvidamos de nossa existência e a questionamos... se tudo o que eu faço não há
como controlar, faz parte de instintos inconscientes, logo, isto em breve será
um passado responsável por aquilo que iremos colher no futuro. Ou seja, não
tivemos culpa alguma.
E, de
fato, "eu existo nas melhores condições que posso".
Conclui-se
que Freud sempre esteve certo quando dizia que a culpa nunca é nossa e sim
sempre do outro.
Deixo-me
por aqui com aquilo que poderia ser esquecido e embaçado em sua mais alta
superfície, porém esta se encontra em esquecimento-embaçado, sempre.