terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eneagrama de Personalidade = Esquecimento Embaçado

Eneagrama de Personalidade e os seus nove "tipos".

Alguns simpatizantes alegam que o Eneagrama (do grego Ennea = nove e grammos = figura ou desenho) é um antigo sistema de sabedoria, criado há cerca de 2500 anos (autores situam sua origem entre 3.500 e 2.000 anos atrás), provavelmente no Egito. Seu conhecimento foi mantido sigiloso durante muitos séculos.

Este sistema descreve a queda e a ascensão possível da consciência humana, segundo nove padrões. Mais especificamente, descreve como, segundo nove padrões, a perda de Virtudes humanas gera paixões ou vícios emocionais; como a perda de Idéias Superiores cria fixações mentais; e como a perda do Instinto Puro leva à construção de estratégias instintivas de sobrevivência em três âmbitos: auto-preservação, social e sexual (chamados de subtipos ou variantes instintivas, conforme o autor). De acordo com o Eneagrama, todos nós temos um pouco de cada uma delas, de acordo com a situação. Entretanto, cada um de nós escolheu e desenvolveu uma delas como espada. Cada pessoa, assim, pode possuir traços dos nove pontos do Eneagrama, mas possui apenas um Tipo, que não muda. Existe, entretanto, evolução dentro de cada Tipo, em seus diferentes níveis de desenvolvimento e consciência.

Muitas pessoas que conhecem o Eneagrama concluem que ele é um sistema altamente profundo e preciso na descrição de comportamentos humanos. Mais do que uma tipologia, o Eneagrama é um mapa que mostra caminhos possíveis da evolução de nossa consciência, ou seja, da superação da paixão e da fixação de nosso tipo no Eneagrama.

Existem inúmeros testes de Eneagrama formulados por diferentes autores, os quais traçam uma hipótese inicial do tipo. A maior parte das "escolas" de Eneagrama entendem que a identificação do tipo deve ser feita pela própria pessoa, a partir de exercícios de auto-observação.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#

Confesso que não sei praticamente nada sobre o Eneagrama, mas a sua essência principal me lembrou muito a minha mísera teoria (In) Blurry Oblivion. Logo abaixo há um quadro das características dos nove pontos do Eneagrama. Assim poderemos entender melhor.


Tipo Tipo Eneagramático Ponto de Fixação Motivador Vício Idéia Sagrada Compulsão Neurótica
1 Perfeccionista, Reformista A organização Ser correto Ira Perfeição Crítica
2 Prestativo, Manipulador Os outros Ser querido Orgulho Vontade Auto-
esquecimento
3 Bem-sucedido, Competitivo A auto-imagem Ser admirado Vaidade Harmonia Mentira
4 Individualista, Romântico As formas Ser diferente Inveja Origem Insatisfação
5 Observador, Pensador O conhecimento Ter conhecimento Avareza Onisciência Isolamento
6 Questionador, "Advogado do diabo" A autoridade Estar seguro Medo Força Timidez
7 Sonhador, Impulsivo A palavra Ter satisfação Gula Sabedoria Otimismo
8 Confrontador, Líder A justiça Ser respeitado Luxúria Verdade Vingança
9 Pacifista, Preservacionista O corpo Estar tranqüilo Indolência Amor Apatia

Bom, o que seriam tais características? Algo totalmente esquecido e embaçado? Um dia, uma colega de classe estava conversando comigo sobre o Eneagrama e assim começou a falar sobre algumas pessoas de nosso convívio e seus respectivos números. Sem citar nomes, é claro, citarei uma dessas pessoas para servir de embasamento para mim neste momento.

"Isso é coisa de número 7", ela me dizia... E depois de ouvir a explicação desta minha colega, fui entender de fato que sim, todo o número 7 tem uma certa impulsividade e gosta muito de sonhar em suas palavras, de utopizar as coisas, digamos, de ser sempre o "dono da verdade" e ter sempre o poder de palavra em todas as situações.

Oras, por que uma pessoa agiria assim, de forma que incomoda o outro? Afirmo agora, é algo totalmente esquecido e embaçado. É algo que regredimos e embaçamos logo após. Posso explicar isso da seguinte forma: o fato de termos uma certa característica que agride o outro, de certa forma, tem um motivo que vem da história de Vida de todos nós. Somos o que fizemos, por isso fazemos e faremos, acredito. Desta forma, sempre há um trauma ou alguma ação inacabada em nosso passado e tentamos corrigir isso através de tais características representadas nos nove pontos do Eneagrama.

Parando para pensar... Um sujeito que nunca foi ouvido por ninguém, ou pelo fato de não ter tido a presença paterna em sua infância e assim por resto de sua Vida. O que ele requer das pessoas? Atenção. E o que ela faz para conseguir isso? Tenta ser o melhor. E se ele não conseguir? É capaz de fazer qualquer coisa para conseguir a atenção do outro.

Assim, aquilo que tal sujeito viveu em seu passado é regido em suas ações atuais. Aquilo que foi esquecido em sua memória e embaçado pelo seu insconsciente se torna uma ação real em suas representações sociais. Digo, esquecer em sua memória é algo corriqueiro, todos nós esquecemos uma coisa e outra. Eu, por exemplo, não me lembro o que almocei na sexta-feira passada. E digo também embaçado pelo seu inconsciente pois aquilo nos fere profundamente é esquecido de fato por nós e assim embaçamos tal sofrimento. O papel do incosciente é embaçar tudo aquilo que nos aflinge (embasamento psicanalítico).

Somos manipulados a todo momento por nossos traumas passados, entendo assim. E agora ainda mais de acordo com a teoria que rege o Eneagrama.

(In) Blurry Oblivion, até a próxima.



Considerações finais:


* Utilizei as informações sobre o Eneagrama do Wikipédia para montar o meu texto (a parte em itálico e o quadro).

** Estou de férias, mas isso não significa que escreverei constantemente, pois tenho que correlacionar os assuntos, ler textos, enfim, requer minuciosidade de minha parte para compor meus escritos de minha mísera teoria.

*** Quero agradecer imensamente a uma grande e inigualável pessoa por me apoiar e por me dar força nestes momentos, sempre com suas palavras tão carinhosas: ao caríssimo e querido Renato Hemesath, do Cine Freud. Estamos distantes, mas o inconsciente coletivo nos une!


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vivemos em erros, mas podemos mudar isso.

Radiohead, banda inglesa de rock alternativo. Ou seria Thom Yorke, a "chave mestra"?


"Eu quero que você saiba
Ele não vai voltar.
Olhe nos meus olhos:
Eu não vou voltar. (...)
Olhe nos meus olhos,
É o único jeito de você saber que digo a verdade. (...)"
Trecho traduzido da música Knivesout, Radiohead.


Hoje é um dia não muito agradável, mas é um momento de pesarmos em pessoas queridas que nos fazem falta em nosso plano terrestre. Um tempo frio e chuvoso, significando de fato o dia de hoje e significando os meus sentimentos que tenho passado atualmente. Confesso que amo o tempo assim, porém não gosto de meus sentimentos atuais.

Pois bem, nos deparamos com a nossa realidade talvez de um modo já tardio. Por raios, por que o ser humano não é capaz de medir as suas consequências antes de fazer algum ato que se tornará mais tarde algo aversivo, talvez, digamos. As coisas se vão de todos os modos existentes e apenas num olhar, que significa o "cair em si e na situação", que percebemos o nosso erro. Sim, errantes os seres humanos somos a todo tempo. Há uma explicação para isso? Tentarei encontrá-la agora.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#

É através de duas percepções e duas essências que inicio minha breve colocação de hoje - ao menos tentarei ser breve.

Algumas dessas minhas colocações eu já havia utilizado por aqui na postagem anterior, mas será necessário repeti-las. Como de práxis, irei correlacionar tudo que foi exposto anteriormente com meu contexto, no caso, a foto do Radiohead e o trecho de uma música desta mesma banda. Creio que ficará mais fácil de entender agora, pois na postagem anterior coloquei de forma muito complexa ao correlacionar com fatos da linda e singela Literatura - ainda quero fazer Letras um dia.

1. Princípio da Essência Primária = tudo aquilo que é real e verdadeiro, do modo em que surgiu a coisa, com argumentos reais e verdadeiros porém esquecidos; essência por ser algo profundo e verdadeiro e primário por ser a existência real e única porém sempre é esquecida, permanecendo no pré-inconsciente - pode evoluir de forma plena para a consciência do sujeito porém depende do tipo percepção do mesmo.

1.2. Princípio da Essência Tardia = tudo aquilo que é embaçado após a essência primária; torna-se tardio por ser embaçado logo após de ser esquecido e havendo assim uma substituição de valores - podem ser bons ou ruins tais valores, dependem do tipo de percepção do sujeito (sim, essência continua por ser algo profundo e verdadeiro porém tardio por não ter conseguido alcançar a plenitude da consciência do sujeito e tornando embaçado, ou seja, um projeto de seu inconsciente e portanto não podem evoluir mais).

2. Percepção Primária = percepções que vêm do impulso inato do ser humano; o sujeito faz algo por dar apenas prazer e nada mais além disso.

2.2. Percepção Tardia = percepções maduras sobre o que nos cerca no momento de angústia e indecisão após o arrepender-se de ter feito algo em percepção primária, por tanto, são tardias no sentido de serem maduras pois após a imaturidade do pré-pensar (primário) vem a maturidade tardia do pensa propriamente dito.

Tendo como base tais essências e tais percepções, podemos entrar num processo de
"cair em si e nas situações", digamos. Tudo o que fazemos tem, a priori, uma essência primária, claro. Todos os nossos atos vem de afetos e sentimentos reais do âmbito humano. Se agíssemos de forma correta e coerente, se fôssemos de fato racionais, seríamos totalmente evoluídos e saltaríamos para a percepção tardia antes de fazermos/cometermos o erro. Um sujeito que se relaciona com outro por falta de opção e/ou para esquecer um amor inatingível e/ou ainda por sentir apenas sentimentos que provém da "carneoficina" do ser humano (prazer carnal) - a palavra não está escrita de forma errada, foi um trocadilho que fiz, significando o corpo carnal como uma mera oficina dos prazeres. Mas como isso?? Se tal sujeito entrasse em contato total consigo mesmo e se existisse o autoconhecimento pleno, saberia as consequência (ruins) que tal ato poderia trazer para a sua própria Vida. Valorizar a si mesmo é fundamental e encontrar um sentimento recíproco ainda mais. Mas esquecemos de nossa ética e nossa moral cultivada em algum ponto de nosso âmbito humano, pois sim, são argumentos reais e verdadeiros porém esquecidos por nós.

Não conheço algum ser humano que seja pleno nesta evolução, seja neste exemplo que citei ou em quaisquer outros exemplo da Vida cotidiana. Mas como isso (novamente)?? Ao sentirmos o que há de profundo e verdadeiro, pois sim, até o prazer carnal é profundo e verdadeiro, não pensamos duas vezes em sentir tudo aquilo de momentâneo que o ato pode nos trazer, aquele prazer "aqui e agora e nunca mais", pois junto com este prazer vem o impulso da percepção primária, que é o que sentimento durante a ação. A percepção primária é momentânea e por isso ela é muito perigosa... Pois seres com evolução mediana-inferior não conseguem escapar para a sua percepção tardia no momento da ação, deixando fluir e levando os seus sentimentos para o que há mais de impulsivo e inato do ser humano. Por exemplo, tenho que escrever isso, o sexo. Sem medir as consequências, o prazer do sujeito chega no que há mais de impulsivo e inato que o sexo pode trazer, sendo uma consequência errante. Porém, existem sim seres humanos que busca a constante evolução, ou seja, são seres com evolução mediana-superior, e conseguem levar os seus afetos e sentimentos antes do erro propriamente dito, no caso o sexo, para a percepção tardia não deixando que esta infeliz ação ocorra apenas por este sujo prazer carnal. A miséria humana se encontra no prazer, pois são dignos de pena os que buscam a fuga dos problemas no prazer carnal e aprofundam no sexo. Ainda existe a reciprocidade e não há nada mais belo do que o prazer dos sentimentos findando no sexo, isso sim é digno de glória. O amor é belo e não merece ser desgastado apenas no prazer carnal.

Tenho a absoluta certeza de muitos se arrependem depois por ter feito ações meramente por prazer, seja o sexo, seja quaisquer outras coisas. Isso é deprimente, pois o homem não evolui desta forma. Erramos e temos que errar, sim, isso eu não nego. Infelizmente não temos como voltar atrás de um erro, portanto, essência tardia por não termos conseguido alcançar a plenitude da ação em sã consciência e esta ação torna-se embaçada, ou seja, um projeto de nosso inconsciente e portanto não podemos evoluir mais neste ponto. Somos entregues ao arrependimento. Mas por que não deixar fluir em nossos sentimentos a percepção primária antes de tudo? Visar as consequências de nossos atos obscuros antes que eles se obscureçam por completo e não tenha mais volta.

A evolução não depende somente de nós, o meio cultural em que somos criados nos influenciou e nos influencia muito. Por isso não se culpem por seus erros, mas comecem a perceber antes de tudo o que há de tardio em suas ações e o que elas podem lhes trazer, antes que vocês as façam.

Concluindo, nada volta e apenas o arrepender-se nos faz ver a verdade. Isso fica claro no trecho da música. O olhar é o arrependimento. Na foto, vemos o quanto somos manipulados por alguém que se diz superior a você. Não querendo criticar o belo e genial Thom Yorke, mas ele é uma espécia de "chave mestra" em sua banda e especialmente nesta foto (como na maioria delas) - aliás, em todas as bandas temos uma "chave mestra". Mas esta foto diz tudo, vivemos nas mãos do outro e estamos por trás deste outro e subordinado a ele, seja pelo mero prazer ou por outra coisa. Temos que ser a nossa própria chave mestra e isso, eu já disse, que flua o que há de mais tardio em nossas Vidas antes de tudo.

In Blurry Oblivion, até a próxima.


Considerações finais:

* Escrevi das 16h às 17h20 e o tempo não foi em vão.

* E o frio permanece, em todos os sentidos: o tempo lá fora e o tempo em meu bombeamento interno.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O que seria a Literatura?



Tais figuras acima serão correlacionadas com o meu contexto de hoje: o rapaz numa biblioteca lendo um livro, a capa de um livro sobre Literatura e o quadro Commedia dell'arte de Andre Rouillard.


O que seria a Literatura... Começo pelo princípio.

Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.

A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, etc."

A Literatura do Brasil pode-se dizer que começa pela era Colonial através do Quinhetismo, na tentativa de descrever a terra e o povo recém-descobertos, pois sim, o Brasil. Em 1500, século XVI, Pero Vaz de Caminha (In. Carta) e Padre José de Anchieta (In. Os feitos de Mem de Sá) usavam textos que para descrever as viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira aos governantes portugueses. Com exceção de Padre José de Anchieta que utiliza de textos para catequizar os índios.

Em 1601, século XVII, o Barroco no Brasil nasce e se desenvolve em condições bastante diferentes e ganhando características próprias: a crítica para combater a mentalidade de ganância dos grupos da elite portuguesa instalados no Brasil. Dentre eles esses críticos, podemos citar os mais importantes como Padre Antônio Vieira (In. Sermão da Sexagésima), com os seus sermões a serviço das causas políticas, pela defesa do índio e da colônia e em favor de Portugal por ocasião da invasão holandesa no Brasil; e o grande sátiro Gregório de Matos (In. Epílogos), fundador da poesia lírica e sátira em nosso país, primou pela irreverência ao afrontar os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu tempo.

Em 1768, século XVIII, o Arcadismo no Brasil reflete a condição do intelectual brasileiro: de um lado recebia as influências da literatura e das idéias iluministas vindas da Europa; de outro interessava-se pelas coisas da terra e alimentava sonhos e liberdade política. Podemos destacar os mais importantes autores árcades: Cláudio Manoel da Costa (In. Vila Rica) que cultivou a poesia lírica e épica, mantendo a tradição clássica; Tomás Antônio Gonzaga (In. Marília de Dirceu) propõe inovações que apontam a transição do Arcadismo para o Romantismo, bem como a emoção de seus versos ma a exploração de seus sentimentos nos versos; Basílio da Gama (In. O Uruguai) com o seu nativismo indianista; Santa Rita Durão (In. Caramuru) com o seu apego ao modelo clássico e o amor à pátria e Alvarenga Peixoto (In. Ode ao Marquês de Pombal) com seus versos políticos e racionais.

Após a era Colonial, eis a era Nacional. Agora é a vez do Romantismo no Brasil (1836), século XIX, e suas gerações. Depois da independência política no Brasil (1822), surgem os artistas românticos empenhados a definir um perfil da cultura brasileira. A primeira geração é nacionalista, indianista e religiosa. Conta com as artistas Gonçalves Dias (In. I-Juca-Pirama) que canta os feitos heróicos de índios valorosos na épica e explora temas como a pátria, a natureza, Deus, o índio e o amor na correspondido na lírica e Gonçalves Magalhães (In. Suspiros poéticos e saudades) pela sua importância de ter sido o introdutor do Romantismo no Brasil e embora fosse voltado para a poesia religiosa, também cultivou a poesia indianista. A segunda geração, ou melhor, o Ultra-Romantismo, a poesia ganha novos rumos com o desvinculação dos poetas pela nacionalidade e pela vida político-social e pelo aprofundamento em si mesmos, numa atitude pessimista de tédio e esperando pela morte. Marcada pelo "mal do século". Pode-se destacar com os principais artistas desta geração Álvares de Azavedo (In. Noite na Taverna) marcado pela contradição de um adolescente, pela sensualidade profunda e pelo medo de amar, confundindo o amor com a morte, além de vangloriar a mulher como um ser intocável; Casimiro de Abreu (In. Meus oito anos) associa-se sempre à vida e à sensualidade de forma natural, abordando temas de forma mais graciosa como infância, a pátria, a saudade, a solidão, a natureza, o amor; e Fagundes Varela (In. Cântico do calvário) entregou-se ao pessimismo, a solidão e a morte, porém a sua poesia se volta também para os problemas sociais e políticos do Brasil ao em vez do egocentrismo exacerbado, sendo um prenúncio que conduzem à geração seguinte. A terceira geração se volta mais para os problemas sociais e apresenta uma nova forma de tratar o tema amoroso: a participação ativa da mulher no envolvimento amoroso. Os artista principais desta geração são: Castro Alves (In. O navio negreiro) cultivou a poesia lírica e social, num momento de maturidade e evolução da poesia romântica brasileira, como a postura mais crítica e realista; e Sousândrade (In. Harpas selvagens) dando o teor abolicionista e republicano para a geração. Além dessas gerações, pode-se destacar ainda o Romance Indianista com José de Alencar (In. O tronco do Ipê), o Romance Regional com Visconde de Taunay (In. Inocência), José de Alencar (In. O Gaúcho) e Franklin Távora (In. O Cabeleira) e o Romance Urbano com Joaquim Manuel de Macedo (In. A Moreninha), Manuel Antônio de Almeida (In. Memórias de um sargento de milícias) e José de Alencar (In. Senhora).

Em 1881, ainda no século XIX, surge o Realismo e o Naturalismo no Brasil. Embora o Realismo e o Naturalismo tenham objetivos diferentes, ambas tendências se aproximam no projeto de observar e denunciar a realidade social. O Realismo se apura na análise da força das instituições sobre o indivíduo, no retrato das relações humanas permeadas de interesse, na introspecção psicológica. Menos psicológico do que o Realismo, o Naturalismo analisa a força de fatores como hereditariedade e meio sobre o comportamento humano. Pode-se destacar os artistas da época: Machado de Assis (In. Memórias Póstuma de Brás Cubas) realista, romancista e contista, preocupado não só com a expressão e a técnica de composição, mas também com a articulação dos temas, com a análise com comportamento humano; Aluisío Azevedo (In. Casa de pensão) naturalista, enfatiza em suas obras retratos de ambientes, paisagens e cenas coletivas; e Raul Pompéia (In. O Ateneu) realista, naturalista, psicologista, parnasianista, evidenciam a sua complexiadade e singularidade, integrando todas as tendências literárias em suas obras. Ainda nesta época, surge o Parnasianismo: o retorno ao clássico, a busca do equilíbrio e da perfeição formal, e também as camadas cultas da sociedade. Nesta fase, pode-se citar Olavo Bilac (In. Profissão de fé) com a sua perfeição na elaboração totalmente formal; Raimundo Correia (In. As pombas) segue uma fase romântica, uma fase parnasiana propriamente dita e uma fase pré-simbolista que busca o refúgio por causa do pessimismo humano na metafísica e na religião; e Alberto de Oliveira (In. Vaso chinês) considerado o poeta parnasiano que mais bem se enquadrou nas propostas do movimento.

Em 1893, no final do século XIX, surge o movimento literário Simbolismo. Ao contrário da Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs ao Parnasianismo, no Brasil o movimento foi quase inteiramente afastado pelo movimento parnasiano. Dentre os artista deste movimento estão: Cruz e Sousa (In. Cárcere das almas) de um lado encontram-se nele aspectos noturnos do Simbolismo herdados do Romantismo como o culto da noite, pessimismo, a morte, de outro lado há certa preocupação formal; e Alphonsus de Guimaraens (In. Ismália) exaltando temas como a morte da mulher amada, natureza, arte e religião, todos relacionados ao primeira tema.

A partir de agora serei mais sucinta pois o contexto que vem da Literatura é mais prático do que os que antecederam e não me interessa mais para o que venho correlacionar depois - com exceção da inegualável Clarice Lispector que irei explanar mais sobre a mesma.

Em 1902, já no século XX, surge um período de transição que não constitui uma escola literária, o Pré-Modernismo: o interesse pela realidade brasileira e a busca de uma linguagem mais simples e coloquial. De um lado ainda era forte a influência das tendências artísticas da segunda metade do século XIX, de outro já começava a ser preparada a grande renovação modernista, cujo marco no Brasil é a Semana de Arte Moderna (1922). Pode-se destacar Euclides Cunha (In. Os Sertões), Lima Barreto (In. Triste fim de Policarpo Quaresma), Monteiro Lobato (In. Jeca Tatuzinho), Augusto dos Anjos (In. Versos íntimos) e Graça Aranha (In. Canaã) como os principais artistas desta época.

Em 1922, século XX, surge a primeira fase do Modernismo. Após a Semana de Arte Moderna, o Modernismo passa a viver sua "fase heróica", isto é, a fase de divulgação das idéias modernistas em todo o país e de aprofundamento das questões estéticas lançadas pela Semana. Essa fase foi marcada essencialmente por duas tendências: destruição e construção. Pode-se destacar Oswald de Andrade (In. Manifesto Antropófago), Mário de Andrade (In. Macunaíma), Manuel Bandeira (In. Os sapos) e Alcântara Machado (In. Brás, Bexiga e Barra Funda) os iniciantes desta fase. No Romance das décadas de 1930 e 1940, destacam-se Rachel de Queiroz (In. O Quinze), Graciliano Ramos (In. Vidas secas), João Lins do Rêgo (In. Menino de engenho), Jorge Amado (In. País do carnaval), Érico Veríssimo (In. O tempo e o vento), Dionélio Machado (In. Os ratos). A segunda fase do Modernismo, nas décadas de 1930 e 1940, passava por um momento de maturidade e alargamento das conquistas dos modernistas da primeira geração, em relação a liberdade de criação de poemas e sonetos. Pode-se destacar como artistas desta fase Carlos Drummond de Andrade (In. Poema de sete faces), Murilo Mendes (In. A poesia em pânico), Jorge de Lima (In. Essa negra fulô), Cecília Meireles (In. Romanceiro da Inconfidência), Vinícius de Morais (In. Antologia poética). A terceira fase do Modernismo, a geração de 45, a pesquisa estética e a renovação das formas de expressão literária, tanto na poesia, quanto na prosa, são traços distintivos desta geração. Clarice Lispector, por exemplo, pondo em xeque os modelos narrativos tradicionais, relativiza os limites entre a poesia e a prosa e obriga a crítica literária a rever seus critérios de análise e avaliação da obra literária. Destacam-se nesta geração Clarice Lispector (In. A paixão segundo G.H.), com escritura selvagem e com fluxo de consciência, uma experiência mais radical do que a introspecção psicológica (Realismo, século XIX): há quebra dos limites espaço-temporais, passado e presente, realidade e desejo se misturam; deixando assim o pensamento solto, cruzando vários planos narrativos, sem preocupação com a lógica ou com a ordem narrativa; Guimarães Rosa (In. O espelho) e João Cabral de Melo Neto (In. Morte de vida severina).

Na Contemporaneidade, destacam-se no Concretismo do poema-ícone (1956) Ferreira Gullar (In. Dois e dois: quatro) e Thiago de Mello (In. Os estatutos do homem). Na Poesia Marginal (década de 1970), destacam-se Paulo Leminski (In. Catatau) e Ulisses Tavares (In. Caindo na real). Da década de 1980 até os dias de hoje, com produções mais recentes, pode-se destacar Lygia Fagundes Telles (In. As Meninas), Fernando Sabino (In. O encontro marcado), Mário Quintana (In. Esconderijos do Tempo), Luis Fernando Veríssimo (In. O Nariz e outras crônicas) e Chico Buarque de Holanda (In. Benjamim).


- O que mais poderia me interessar em todas essas fases da Literatura seria o Realismo e o Naturalismo, onde a Psicologia foi de grande influência, e nesta época também Wundt estava com o seu cérebro fervilhando milhões de idéias. Além do fluxo de consciência de Clarice Lispector na década de 1940. Mas não somente tais fases me importam e sim todas, pois a Literatura sofre com o "mal de sempre", perceptível tanto na fase Colonial quanto na Contemporaneidade.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#


Comecei a planejar minha teoria central do In Blurry Oblivion, mas creio que não será de grande importância neste momento e nem por agora. O autoristarismo vigente em todas as eras da Literatura é muito perceptível e com isso gera a falta de liberdade. Pobres seres humanos que viveram no Brasil colônia ou na sociedade podre e imunda do século XIX, onde a burguesia reinava. Ou até mesmo no século XX, onde não havia liberdade de expressão por causa da censura. Quanta enganação viveu e vive a ingênua Literatura! E agora, nos tempos atuais, mais solitária que nunca ela vive: sem evolução.

Irei me explicar melhor atrvés de duas teorias de minha autoria:

(primeira) Percepção Tardia = percepções maduras sobre o que nos cerca no momento de angústia e indecisão, por tanto, são tardias no sentido de serem maduras pois após a imaturidade do pré-pensar vem a maturidade tardia do pensar propriamente dito.

(segunda)
Princípio da Essência Primária = tudo aquilo que é real e verdadeiro, do modo em que surgiu a coisa, com argumentos reais e verdadeiros porém esquecidos; essência por ser algo profundo e verdadeiro e primário por ser a existência real e única porém sempre é esquecida.

Vamos colocar essas duas teorias na Literatura Brasileira. A evolução das coisas é algo perfeito... Mas é perceptível que há uma Perpeção Tardia em cada fase da Literatura. Digo, em cada fase o homem quer se superar e ser melhor do que a outra. Isso normal, o homem vive em constante evolução. Mas antes que o homem atingisse a evolução completa em cada fase, percebe-se um tom de total imaturidade do pré-pensar no mesmo, de não saber como evoluir e por isso há ataques à fase que antecedeu. Somente através desses ataques que há a evolução plena do homem naquela fase, até voltar-se a imaturidade do pré-pensar para evoluir novamente em outra fase. Desta forma, durante a evolução de cada fase da Literatura há neste meio o Princípio da Essência Primária. Para evoluir o homem tem que captar de seu meio a essência e o que é primário das coisas. Infelizmente quando há outra evolução esta captação anterior é esquecida, pois entre aí outro princípio sem valor neste momento. O que fica claro é a total falta de liberdade do homem, pois ele tem que seguir parâmetros normais da sociedade, sendo necessário fazer sempre o ciclo "mal de sempre": ataque - evolução - captação da essência primária das coisas - ESQUECIMENTO EMBAÇADO para uma outra evolução. A Literatura de hoje em dia está sozinha, pois não tem uma fase antecedente para atacar e isto já foi feito no início do século XX. Totalmente solitária e sem rumo, assim está a nossa Literatura, sem evolução. Bom, isso fica mais claro na Literatura, mas tenho a absoluta certeza de que isso acontece todos os dias em nosso cotidiano... (pense)

Pois bem, as figuras acima se correlacionam assim: a obra de fato que a Literatura propõe passar para todos os leitores, por isso do rapaz lendo um livro numa biblioteca. Mas acabamos fechando a nossa liberdade de pensamento seguindo estruturas totalmente manipuladas pela sociedade vivgente de cada época e infelizmente os artistas/poetas/escritores seguem tais manipulações através do ciclo que citei acima, transferindo isso aos leitores, por isso a capa de um livro de Literatura Brasileira com as imagens de diversos escritores. Por fim, a figura do quadro Commedia dell'arte de Andre Rouillard retrata muito bem a imagem que a Literatura poderia passar para muitos de nós: todos os homens necessitam de evolução e cada um evolui de forma diferente, e temos que observar essas ações, porém sem nos esquecer o que fomos um dia e se há erros podemos concertar, se não evoluimos de fato. Isso pode ser explicado como muitos artistas da Literatura voltam a escrever como em fases bem anteriores da sua, pois não se adaptaram ao ataque e consequetemente a evolução de sua fase, e não souberam amadurecer e captar a essência primária. Alguns conseguiram sim evoluir e muito bem, mas somente através de ataques à fase anterior. Será que podemos viver assim, atacando o que nós fomos para evoluir? Não, mesmo. Por isso vivemos num verdadeiro caos. Atacamos a nós e aos outros e não nos lembrando que fomos seres totalmente imaturos e pré-pensantes um dia, e se evoluimos com plenitude em algo foi porque não atacamos o que nos antecedeu. Continuemos assim, com este pensamento, creio que tudo pode melhorar. Inclusive a falta de liberdade pelo autoristarismo, seja o autoristarismo interno (cobranças nossas a nós mesmos) ou o autoristarismo externo (cobranças de nossa sociedade a nós).

Persisto, por causa do autoritarismo e da falta de liberdade que ele gera, a Literatura não evoluiu o bastante, pois ela se encontra num verdadeiro deserto, ou melhor, em total Blurry Oblivion. Amo a Literatura, ainda mais a brasileira, mas este o triste e monótono fim (até então) de nossa cultura escrita. Quer que eu cite os nossos livros que estão no Top 10 desta semana? Não, isso não é Literatura!

In Blurry Oblivion, até a próxima.



Considerações finais:

* Quero lembrar que infelizmente eu só escrevo uma vez por mês, ou seja, nos feriados de cada mês.

* Somente assim fiz a minha base teórica sobre a Literatura:


- Wikipédia
- CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. São Paulo: Atual, 2005. 576 p.

* Escrevi das 18h30 às 23h e o tempo não foi em vão.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Útero (Re)Inicial: tomando nota - finalmente...


The Mahavishnu Orchestra, década de 1970, New Jazz.

Ao som de Vision is a Naked Sword, som em perfeito Oblivion, e depois de ter tomado "vergonha na cara" (senso-comum), inicio o que planejei há 3 anos quando resolvi montar este blog. Agora com o pouco (muito pouco mesmo) de estudos que tenho sobre a Psicologia, creio ter mais embasamento para colocar minha hipótese, ou tese, ou teoria, enfim (nem eu sei)... Sei que minha mente é um turbilhão de idéias. Se a pesquisa do Bico dos Tentilhões de Darwin deu certo, mais a sua teoria da Seleção Natural, e tantas outras que influenciaram grandes teóricos, por que as minhas idéias não poderiam dar certo também? Digo isso levando em consideração toda a falta de instrumentos e de tecnologia do século XIX (defendo a tecnologia neste momento). Pois bem, vamos ao que interessa, ao menos ao que me interessa.

Inicio de uma forma mais simples, pois não quero complicar as minhas próprias idéias. Se alguém não entender, lamento. E se alguém ousar a seguir o modelo da "suma falta de criatividade" e copiar minhas idéias, lamento mais ainda, pois não terá embasamento algum e nem entendimento para prosseguir o que tenho em mente há 3 vastos anos. Vou escrever do meu jeito e com as minhas próprias normas da língua portuguesa. Não usarei aqueles números no rodapé, primeiro pois seria uma santa demência usar isto num blog (quer liberdade maior na escrita do que num blog) e depois por ter minhas técnicas de texto. Amo sair de um contexto e ir para outro, totalmente distinto de época e/ou de conteúdo, isso torna-se algo um tanto psicodélico, diria. Partirei de princípios que no final, serão afinados numa espécie de funil. Desde a foto central, a música e tudo o que colocarei logo abaixo. Espero que me entendam.

"ISTE EGO SUM! SENSI, NEC MEA FALLIT IMAGO." (Ovídio)
* "Tu és eu mesmo! Percebo, já não me engana minha imagem."

O poeta romano conhecido como Ovídio (inspiração de Freud para compor a Teoria do Narcisismo), sendo mais precisa, Publius Ovidius Naso (nasceu em 20 de março de 43 a.C. em Sulmo, atual Sulmona, em Abruzos, Itália e morreu em Tomos, posteriormente Constança, na Romênia, no ano 17 d.C.), foi exilado sobre acusação de imoralidade - Isto me lembra muito o Marquês de Sade (século XVIII), este amoral e perseguido por isto, e creio que Ovídio teria que ter sido acusado de amoralidade e não imoralidade. Não vejo erro algum nisso, mas para a sociedade da época, autoridade máxima, não seria possível ter a sua própria moral, às vezes ou sempre, uma anti-moral - por ter escrito versos sobre a arte da sedução em "Ars Amatoria" (A Arte de Amar), principalmente, por promover o tema sobre a relação extraconjugal, com isso, afrontando os ideais dos valores da família.

Bem, o que pretendo com esse breve histórico de um grande poeta, ainda mais, do ano 43 a.C.?
Esta frase de Ovídio começa a exemplificar o que pretendo com isso... Enganar a si mesmo. Percebo que mesmo com o lixo intragável em relação a total "pouca-vergonha" (senso-comum) que é a nossa sociedade atual, há muito do que se pregava na sociedade da época de Ovídio. Veja:

MORAL = CONJUNTO DE REGRAS ÉTICAS E VÁLIDAS AO CONVÍVIO HUMANO.
AMORAL = QUEM SEGUE A SUA PRÓPRIA MORAL/CONJUNTO DE IDÉIAS, NÃO SE IMPORTANDO COM O QUE A SUA SOCIEDADE/CULTURA PREGA.
IMORAL = QUEM CONTRARIA O CONJUNTO DE REGRAS IMPOSTAS PELA SOCIEDADE.
* conceitos próprios

Quero exaltar tais conceitos sobre o modo de conduta de ser livre, ou seja, sobre a liberdade. Aprendi em Psicologia que de acordo com a Análise do Comportamento NÃO existe liberdade, digo, não existe "liberdade de escolha", pois tudo o que fazemos em nosso agora remetemos ao nosso passado. Ao meu ver é a mesma coisa, peço perdão ao meu entendimento egoísta e ignorante - egoísta por se tratar de algo totalmente particular e ignorante por não dominar tudo, toda as aprendizagens da Vida (inicio com letra maiúscula por achar que cada ser tem a sua própria Vida, como cada um tem a sua própria cultura).

"A hipótese de que o homem não é livre é essencial para a aplicação do método científico ao estudo do comportamento humano. (...) " (Skinner)
* infelizmente, ou não, eu não concordo com Skinner

Não quero fazer críticas à Análise do Comportamento. Respeito esta corrente e as suas teorias. Apenas não creio que não somos capazes de seguir amoralmente ou imoralmente. O que nos impede, talvez, seja o autoritarismo que (ainda) reina em nossa sociedade. Assim, enganamos a nós mesmo com toda a avalanche do autoritarismo imposto. Sim, ainda somos preconceituosos! Quer avalanche maior do que a imposição do preconceito... Eis exemplos totalmente de nosso cotidiano, para ser mais clara com esta minha explanação. Quando vemos uma moça branca namorando um rapaz negro, qual a nossa reação? Ou quando vemos um rapaz rico namorando um moça pobre? Quando vemos um professor negro ou nordestino? Quando vemos um médico negro ou que é de origem humilde? Quando vemos um estudante que entrou numa universidade através das cotas? Quando vemos dois homossexuais juntos? "E por aí se vai", como diria um professor que tive de Física no primeiro ano do ensino médio.

De acordo com a Psicologia Social, somos tomados pelas Instituições Sociais que nos cercam. A maior delas é a família. Toda a carga filogenética, ontogenética e cultural foram geradas no"ventre familiar". E os preconceitos... Eu diria que sim. A família é uma espécie de personalidade inata, pois desde do ventre de nossa mãe adquirimos cultura. Repito, o que escrevi por último é tom total de profundo egoísmo de meu Eu-totalitário-consciente - parte de mim que tem total razão no que diz para si mesmo, partindo de pressupostos de minha convivência com meu ambiente e, ao mesmo tempo, tomando consciência de tudo o que vi, ou seja, de forma plena e ativa.

Oras, se aprendemos, por que não somos livres? Se fomos gerados e soltos neste mundo de meu Deus, por que não somos livres? Se construímos um passado e estamos vivendo-o agora, por que não somos livres? Se fomos capazes de decidir em viver aquilo no passado e agora fazemos o que nos remete a ele, por que não somos livres? Persisto no AUTORITARISMO.

Somos exilados todos os dias pelo autoristarismo, assim como o poeta Ovídio. Digo, exilados em nosso interno, expandido isso para as nossas atitudes. Alguns usam a pouca liberdade que têm para seguir amoralmente. Outros usam-a para seguir desesperadamente imoralmente. Outros persistem em não ter liberdade e seguem moralmente. A extinção do autoritarismo poderia ser o início da solução de todos os problemas de nosso mundo, de toda a fome e miséria, de toda a corrupção, de toda a prostituição, de todas as drogas que matam os jovens, de toda a falta de união entre as religiões, de toda a falta de união e respeito entre a ciência e a religião.

Esta banda de New Jazz, da foto central, soube inovar na música usando a sua liberdade. Liberdade maior inovando na mistura de New Jazz com a Música Clássica em tal música. Para a década de 1970, não foram muito bem aclamados por o autoritarismo da época ser mais forte do que o atual. Assim como o naturalista Darwin, o poeta Ovídio, o escritor libertino Marquês de Sade e tantos outros, usaram de LIBERDADE. Mas o autoristarismo pôs tudo a perder, - sendo um forte ou um fraco autortarismo, sendo um autoritarismo da época de Ovídio ou da época do inovação do New Jazz, tanto faz, pois ele é único quando se trata do contexto em que ele age - utilizando do Blurry Oblivion.

Pois bem, finalmente, seja bem vindo ao meu Blurry Oblivion.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#

Há 3 anos eu não sabia o que escrever sobre os meus tortuosos pensamentos, então, comecei a escrever neste blog tudo o que me machucava. Tudo aquilo que estava mal resolvido em meu esquecimento embaçado, ou seja, em meu Blurry Oblivion. Na verdade, comecei a fazer mais um blog pessoal. Com o passar do tempo, apenas colocava por aqui "coisas" que eu achava interessante, escritos meus, alegrias ou não-alegrias de Minha Vida (em letras maiúsculas pois é minha propriedade e de mais ninguém) e deixei um pouco de lado todas as minhas angústias e conternações passadas, que estão em meu esquecimento embaçado.

Oras, que raios de esquecimento embaçado é este? Ou melhor, este tal de Blurry Oblivion? Jamais direi, ao menos, por agora. Está tudo muito recente, tenho que praticar muito. Vou usá-lo sobre os fatos e sobre aquilo que penso. Quem sabe alguém seja capaz de entender um pedaço, quem sabe apenas o Oblivion, ou o Blurry. Enfim, tudo depende de cada um e da forma que irei relatar. Confesso que algumas poucas pessoas que me perguntaram o que se trata o Blurry Oblivion, eu disse algo, mas devo ter confundido tanto a pessoa pois esta foi minha intenção. Não poderia dizer o que se trata, de fato. Peço perdão e vamos voltar ao que interessa, ao menos para mim.

O autoritarismo não permite nenhum grau de liberdade. Ao contrário que diz o seu conceito, eu digo de forma totalmente egoísta que não existe. A regressão age nisto. Voltamos aquilo que nos traumatizou na maioridade de nosso interior, colocamos o pior de nós assim.

Não somente em nosso ambiente vemos o autoristarismo, mas também vemos o autoristarismo agindo em nós mesmos. Fazemos autoritarismo com o nosso próprio Eu-indefeso - parte de mim inata e que não entrou em contato com o meu ambiente e com minha cultura - e geramos dentro de nós aquilo que fazemos fora de nós. Por exemplo, a criação dos filhos, muitas vezes fazemos aquilo que nos traumatizou em nossas criações na criação de nossos filhos e queremos com isso que os filhos aprendam que é errado fazer isso ou aquilo outro. Não tenho filhos, mas sei que isso entra em conflito com o Eu-indefeso e ao invés que gerar algum tipo obediência ou aprendizado, aquilo consterna tal Eu por completo e, futuramente, gera patologias no Eu-conflituoso-inconsciente - parte de mim que entra em conflito com o ambiente, sem ter entendimento e explicação do porque está agindo desta forma, mas a explicação está escondida no inconsciente traumatizado, este totalmente regredido pelo passado.

Esquecemos e embaçamos por falta de opção, gerando o esquecimento embaçado. Gerando conflitos e guerras em nossas Vidas. Gerando conflitos e guerras em nosso ambiente. Gerando este completo caos em que vivemos, a sociedade, seja a antiga ou a atual.

Ao contrário do autoritarismo, a liberdade. Se de fato vivêssemos em uma sociedade livre em todos os sentidos, não seria necessário ser imoral, amoral e nem muito menos moral. Seríamos nós mesmos. Não seria necessário exilar os imorais ou perseguir os amorais. E nem muito menos respeitar os medíocres que se dizem morais. Seríamos, de fato, livres. Oras, somos livres! Mas em parte confesso que não somos. Esquecer e embaçar: esta não é a melhor saída, por isso não somos livres.

Eu poderia ter todo o saber do homem, mesmo assim ainda não adiantaria. O autoristarismo prevalece e não saberemos nunca como extigui-lo de nossa sociedade, pois vivemos em pleno esquecimento embaçado.

A idéia de apenas embaçar seria pior, pois seria uma hipocrisia ainda maior. O esquecer é mais "majestoso", diria, pois pensamos que não temos culpa por fazer tal ritual. O embaçar é imoral. O esquecimento é moral. O esquecimento embaçado é amoral, é uma opção de Vida que todo o mundo pratica. Conclusão, somos todos amorais e não livres, o autoritarismo não nos permite viver a liberdade e tenho dito.

Somos sim capazes de ser livres, porém reforço: entre regressão e esquecimento, encontramo-nos em em esquecimento embaçado. Eis a minha explicação para a nossa falta de LIBERDADE.

In
Blurry Oblivion, até a próxima.


Considerações finais:

* Utilizo as palavras em inglês por soar mais forte e por ter uma essência mais irônica. De fato, Blurry = Embaçado e Oblivion = Esquecimento. Não entendo quase nada da língua inglesa, fiz a concordância de forma egoísta. Se está certa ou não, não me importa. O que me importa é a idéia que ela transmite.
* Peço perdão pela minha confusão de idéias, mas com o tempo pretendo aprimorá-las. Creio que somente eu mesma entendi tudo isso, mas me conformo e me alegro por ter conseguido colocar as minhas idéias congeladas em palavras.
* O título desta postagem se refere a uma correlação com o título de minha primeira postagem neste blog, em 03 de Junho de 2007.
* Escrevi das 13h50 até às 17h00 e o tempo não foi em vão.