quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Gozo consciente - Tardio






WOULD? - ALICE IN CHAINS

Iria?

Conheça-me despedaçado por meu mestre
Te ensinarei criança sobre o amor de hoje em diante

Entrando numa enchente novamente
Mesma viagem que era antigamente
Então eu cometi um grande erro
Tente enxergar isso do meu jeito uma única vez

Corpo à deriva, é um abandono solitário
Voando, ainda não, mas é por aí

Entrando numa enchente novamente
Mesma viagem que era antigamente
Então eu cometi um grande erro
Tente enxergar isso do meu jeito uma única vez

Entrando numa enchente novamente
Mesma viagem que era antigamente
Então eu cometi um grande erro
Tente enxergar isso do meu jeito uma única vez

Estou errado?
Corri muito longe para voltar para casa?
Tenho de ir?
E deixa-lo aqui sozinho?
Se eu fosse, você conseguiria?
 
 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Escrevendo com o inconsciente






Discurso de um quase vencedor

I

Levando aquilo do meu incomum para o mais próximo possível,
Beirando um grande satélite natural que reluz sobre o couro quase enrugado.
Machuca, mas não neste momento,
Apenas anestesia... mente e corpo... alma e coração.
Porém, não passa de um grande devaneio...
Há algo a ser contado, há algo a ser descoberto
Por mim, somente por mim.
Andando por aí, sem rumo definido...
Observando o decreto imposto neste plano sem fim.
“Cala-te não se importes comigo!”
O que importa quem está ao lado?
(aqui nada disso importa).
Percebo que existe um espelho vazio,
Onde não existe minha imagem e nem a do outro.
Uma simbiose aterrorizante entre a dor e o silêncio.
Como uma prostituta, na sua obrigação faceira de cada dia, que doa a sua noite por dinheiro
E no fim de tudo, tem as costas de um qualquer como resposta.
Na busca de um prazer correspondido, eis a sua função imediata e nada mais.
As suas lágrimas interceptam a sua essência e existência
Daquilo que nunca será corrompido por aquilo que todas as noites corrompe-se por entraves totalmente distintos.
Entraves que machucam o seu significado de inocência em sua tenra infância,
Entraves que mancham a sua dignidade, para alguns,
Entraves que enchem as suas vísceras de elementos inimagináveis.
Um pedido de socorro... quem sabe.
Suplique, então! Alguém pode lhe ouvir?
Continue suplicando...
Aos horrores de uma Vida retirante: onde o gozo é inexistente.

II

Ao olhar de um ser que é incapaz do reconhecimento de alguém,
Um olhar penetrante... tão penetrante quanto aqueles diversos entraves que enchem o seu véu obscuro da mais terrível solidão a cada noite.
A dor deste penetrar é inesquecível... não há nada que possa fazê-la desaparecer.
Nada rebuscado, nem mesmo uma amnésia histérica apaga tal amargura.
Porém, ainda continua olhando,
Ainda continua na vaga Vida da prostituição,
Onde não há escapatória.

III

Por tudo, algo foi descoberto e irei contar.
Este mesmo olhar teve um brilho no mais profundo de seu terreno observatório.
Para descobrir foi preciso vagar muito por esta terra-de-ninguém...
Um vago no tempo e no espaço.
A solidão que tudo mostra,
A tristeza que acalenta,
A amargura que abraça.
Eu, tu e eles,
Todos vivemos numa perfeita prostituição.
Onde entraves quaisquer
Dos soberanos aos paupérrimos,
Dos limpos aos sujos,
Dos que sabem aos que não sabem,
Entram e saem com mais facilidade nessa fiel prostituta que é a Vida!
Já não importa mais o outro,
O que importa são seus entraves.
Na utopia, encontram-se gozos quaisquer
E, assim, me encontro feliz.
Feliz por coisa qualquer
No uso e desuso,
No que é banalizado,
No que é irreal.
Ainda busco uma forma de satisfação plena,
Onde o verdadeiro gozo irá vir ao meu encontro
Em prêmio aos meus tantos e tantos anos dessa busca angustiante.
Enquanto é isso, me satisfaço com entraves que encontro em meu caminho,
Pois, lamento, sou somente um quase vencedor.
E lamento por não conseguir mudar o que a Vida me proporciona há tantos anos e tempos.
E nesta mesma-coisa-de-sempre permaneço
Com a fantasmagórica idéia de que um dia irei encontrar meu traço perfeito,
Mesmo com tudo a minha volta me chamando o tempo todo para ser um mero entrave.
Um homem prostituído, com seu entravizinho cheio de excrementos jogados por todas matérias vivas, de apenas mente e corpo, que interceptei nesses medíocres anos!
E nesta poça de excrementos permaneço sandio e insaciável...
Castrado pela realidade ditada e imposta a mim, vivo com as esperanças de um eterno prostituto de encontrar o gozo pleno num organismo-vivo mente e corpo com alma e coração.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Valeu, Vida



 


O Que Foi Feito Deverá
Milton Nascimento e Elis Regina

O que foi feito, Amigo
De tudo que a gente sonhou
O que foi feito da Vida
O que foi feito do Amor

Quiserá encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás

Falo assim sem Saudade
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito
Mais vale o que será
Mais vale o que será

E o que foi feito é preciso
Conhecer para melhor prosseguir

Falo assim sem Tristeza
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer
Nós iremos crescer

Outros Outubros virão
Outras manhãs, plenas de Sol e de Luz

Alertem todos alarmas
Que o Homem que eu era voltou

A tribo toda reunida,
Ração dividida ao Sol
E nossa Vera Cruz,
Quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par

Quando o cansaço era rio
E rio qualquer dava pé
E a cabeça rodava num gira-girar de Amor
E até mesmo a Fé não era cega nem nada
Era só nuvem no céu e raiz

Hoje essa Vida só cabe
Na palma da Minha Paixão
Deverá nunca se acabe
Abelha fazendo o seu mel
No canto que criei

Nem vá dormir como pedra e esquecer
O que foi feito de nós

Iê, iê, iê...

Lê, lê, lê... 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tempo


Foto: Belo Horizonte-MG, a vista que eu tinha do apartamento onde eu morava lá...


As andanças dessa Vida nos levam a pensar e (re)pensar em diversos aspectos. Para mim, o tempo é algo presente... Digo "para mim", pois sei que uns e outros têm em mente que o tempo é aquilo que já se foi ou aquilo que mede as horas. Eu acredito que o tempo é o aqui-agora. É algo que não existe passado e nem futuro, e nem o próprio presente. É uma instância que está em nós, em nossas atitudes que nos levam a exercer a nossa própria existência em na realidade vital. O tempo, assim como a realidade, se diversifica. As dimensões da realidade cabem o tempo em cada uma delas... Os caminhos que traçamos têm a sua realidade em seu tempo.

A foto acima determina, por exemplo, a realidade. Sim, é a realidade de quem vive em Belo Horizonte atualmente e eu, infelizmente, já não moro mais lá e nem muito menos não tenho mais o privilégio de acordar de manhã, abrir a janela e dar de cara com uma vista tão magnífica como é retratada na foto. A minha realidade é acordar de manhã e dar de cara com prédios e ruas planas. E sem contar os ratos que adoram tomar a fresca da manhã no meio da quadra. Portanto, quem vive em BH tem o seu tempo determinado por aquela realidade, pela cultura religiosa da capital mineira, por exemplo.

Porém, eu já desfrutei de uma realidade dentro de um tempo nesta cidade. Mesmo assim isto não é passado... Nada passa! Tudo tem sua função numa dimensão que só Deus sabe como funciona e talvez os matemáticos e físicos entendam um pouco melhor do que nós, meros leigos.

Eu penso da seguinte forma: aquela sensação de que tínhamos que ter vivido algo em certa circunstância, e mesmo não termos vivido isto, temos saudades daquilo... Entendo assim como dimensão. São diversas dimensões espalhadas por todo um universo cósmico, cheios de realidades e tempos, os quais estamos vivendo por lá. Porém não nos cabe adentrar no que não nos pertence, ou aquilo que deixamos, ou aquilo que não fomos capazes de viver por diversos motivos. Não temos culpa... Simplesmente foram os caminhos vitais que nos trouxeram até aqui, as influências de uns e outros em nossas Vidas de forma recíproca. 

E assim cabe a nós vivermos a realidade em seu tempo, sem passado, presente ou futuro. É simplesmente o tempo e nada mais.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#


O texto que escrevi acima ainda não está embaçado, porém esquecido em nosso psíquico. O quanto seria mais prático vivermos o que temos neste instante ao invés de nos maltratarmos pelos feitos do passado... O aqui-agora é o que mais importa a qualquer um de nós. Mas, como diria a frase, "somos o que fizemos". Claro, a nossa constituição atual depende de tudo aquilo que fomos um dia, pois sim, no passado.

E eu me pergunto... Existe um portal que retonarmos ao nosso passado para "concertar" algo que talvez fizemos de forma "errada"? E se disserem a você que foi tudo feito da forma certa, e se fosse ao contrário sim seria a forma errada? E para quê viver com a culpa se temos o tempo como dádiva em recompessa pelas lástimas inatas que carregamos pelo fato de sermos humanos?

Ainda há tempo de lembrar de que precisamos regar aquela flor logo ali, a fim de ainda transpassar beleza e perfume para quem passar por perto. Esta flor é cada um de nós.

E lembre-se sempre, o tempo é agora.

Deixo-me por aqui, emergindo o esquecido e lutando para que não se perca em mim. E isto está em esquecimento-embaçado, sempre.


sábado, 30 de junho de 2012

Gozo simplório - Auto-refúgio




Protect Me From What I Want - Placebo

 

Proteja-Me Do Que Eu Desejo


Essa é a doença da época
Essa é a doença que nós desejamos
Sozinhos no final da corrida
Nós pegamos o último ônibus para casa

A América corporativa acorda
República do café em caso
Nós abrimos a fechadura no portão
Do buraco que nós chamamos de casa

Proteja-me do que eu desejo (x3)
Proteja-me, proteja-me

Talvez nós sejamos vítimas do destino
Lembras de quando nós celebrávamos
Nós bebíamos e ficávamos drogados até tarde
E agora nós estamos completamente sozinhos

Sinos de casamento não irão tocar
Com nós dois culpados de crimes
E com nós dois sentenciados ao tempo
E agora nós estamos completamente sozinhos

Proteja-me do que eu desejo (x3)
Proteja-me, proteja-me
Proteja-me do que eu desejo(x3)
Proteja-me, proteja-me

Proteja-me do que eu desejo (x3)
Proteja-me, proteja-me
Proteja-me do que eu desejo (x3)
Proteja-me, proteja-me

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que ainda não está totalmente embaçado...



Sim, a música do vídeo acima é o famoso hino dos grevistas dos Ministérios que tem preenchido os nossos ouvidos com muito bom tom por esses tempos. 

Seguindo aquilo que a minha psicóloga me disse... O que posso fazer no agora para me sentir bem? Rir de qualquer coisa, principalmente daquilo que está ao meu redor. Não tem como não rir desta música que fica o dia todo na nossa cabeça, principalmente na hora de dormir... 

Agora ao invés da minha insônia ser por causa de minhas angústias, está sendo por causa desta música... Não tenho culpa. Pelo menos as minhas insônias se tornaram mais divertidas! (rs) 

A alegria não está totalmente embaçada...

...