terça-feira, 19 de junho de 2007

"O Encosto."


Figura: Capa do álbum "Without You I'm Nothing" (1998) da banda inglesa Placebo.

Tal figura demonstra com exatidão minha convivência com todos pertencentes a esta sociedade atual, vejo todos aqueles que me cercam, mas ao mesmo tempo sou capaz de não destingüir ninguém. Deste modo, fico consternada e com pensamentos cheios de lamúrias, como estas duas mulheres da mesma, totalmente sem brilho, apagadas pelo sentimento chamado por mim de "O Encosto". Somente assim pode ser denominada a Solidão, algo que não saí de Meu Circuito Vital e Mental...
Ao som de "It", Genesis, penso que Minha Vida poderia ser bem melhor... Imagino-me correndo nos verdes da cidade, nos meios das avenidas, nas pistas planas sem fim. E com tudo isso, vejo meus amigos em segundo plano e junto a eles, um Amor Recíproco que tanto sonho ... Ah, o quão maravilhoso seria se fosse verdade esta Minha Utopia! É, utopia... Agora já acho Minha Vida Almejada uma mera fantasia. Uma espécie de sonho infantil que nunca se realiza. Ao meu redor o que me resta é um blog onde ninguém visita e nem muito menos lêem estas linhas de pensamentos de um jovem depressivo.
É isso... É isso que me resta...? Nem se eu mudar Minha Vida? Vou voltar a fazer exercícios físicos numa academia, vou entrar num cursinho pré-vestibular e ainda, entrarei num grupo da Igreja. E agora, será que nem assim conseguirei uma boa alma que me oferecerá ajuda e uma amizade? Deus, por obséquio! Dê-me isso de presente! Não Lhe pedirei mais nada, absolutamente nada!

Sigo dessa forma: Alguma de minhas composições e, logo após,algum pensamento; poema; texto que admiro. É isso.

SEM RETORNO - SMITH (Eu), 26/05/2006.
Atacando meu meio fútil
Para explodir e desabitar
Clamando pela rapidez desta bomba
Para desertificar tal "proeza"

Conseguirei, de vez, sair daqui?
Conseguirei, finalmente, minha liberdade?

Pode ser somente um sonho
Uma utopia qualquer

A verdade existente e suplicada
Poderia torna-se real

Veio à tona o amanhã e o "se"
Veio à tona o arrependimento
É a falta de coragem traduzindo minha Vida

Suspiros através dos ventos
Fazem uma melosidade com as folhas das árvores

É o que posso ver daqui
Dessa janela onde, lá longe, mostra-me a liberdade almejada

Apenas tenho vontade de fugir, loucamente
Por esses vastos bosques
De tal lugar "desabitado"
Cercado por "desumanidades"

Uma ficha sem retorno para meus ideais e súplicas jamais atendidas
Mostram-me os dons de prostrar-se diante as Circunstâncias Vitais.




Bachianas Brasileiras No. 5:
Ária (Cantilena)
-Melodia: Villa-Lobos
-Voz: Victoria de Los Ángeles
-Letra: Ruth Valadares Corrêa


Tarde uma nuvem rósea, lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela.
Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d'alma para ficar bela.
Grita ao céu e a terra toda a natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

As Diversas Faces da Solidão...


Figura: Capa do álbum "Supposed Former Infatuation Junkie" (1998) de Alanis Morissette.


Esta figura deveria fazer parte de meu "maravilhoso" e "emocionante" cotidiano. Digo isto em relação ao imenso sorriso sarcástico da Alanis Morissette, eu deveria sorrir sempre deste modo, ironicamente e não ligando para ninguém pertencente ao grupo de seres humanos que seguem todas as tendência fajutas de críticas desconstrutivas.
A Solidão me deu uma surra durante este feriado me fazendo lembrar de tudo que deixei em Belo Horizonte... Até aquelas músicas de forró horríveis de uma Festa Junina que fui me deixaram contrariadas, pois me lembravam muito dos meus tempos de infância e adolescência que vivi por lá.
Mas como, meu Deus, eu posso sentir saudades de um lugar que era para ser odiado por mim? Sim, eu sempre odiei tal cidade e ainda mais, odiava morar lá. Tanto que quando soube da grande notícia que meu pai iria ser transferido para Brasília, eu fiquei numa tremenda alegria que comecei a cantar e pular e mais não sei o quê... É, Brasília, minha cidade natal... Nasci aqui, mas fui criada em Belo Horizonte e depois, retornei para meu local de origem.
O destino é algo audacioso e somado à solidão viram uma dupla infalivél contra a felicidade de certas pessoas insensatas... Não culpo a cidade de Brasília por toda a minha falta de sorte e alegria, ao contrário, esta é uma cidade muito bonita e organizada (tirando ao grupo da corja corrupta que abriga estes ares), mas até hoje não me acostumei ao estilo de personalidade das pessoas daqui. E sei o porque isto ocorre: as pessoas daqui são sérias, reservadas e frias assim como eu. Em Belo Horizonte é exatamente ao contrário, as pessoas são receptivas e bem-humoradas.
Quando eu cheguei aqui, fui estudar na Instituição Burguesa, o Colégio Militar, que foi outro desastre em minha Vida, mas isso já é outra história... E acredite que nenhuma boa alma veio falar comigo, perguntar de onde havia vindo, como me chamava, das coisas que gostava etc. Em Belo Horizonte, às várias vezes que troquei de colégio, sempre vinha duas ou três pessoas perguntar aquelas curiosidades que citei acima e um pouco mais. Claro que nada é perfeito, demorava um pouco a me enturmar, mas quando ocorria isso, falava com todos da classe.
Esses mineiros me acostumaram desta forma e agora me acho sozinha no meio de tantos brasilienses e agregados.
Agora o difícil vai ser tirar essas musiquinhas impertinentes de forró e das imagens que estas me levam a lembrar... Ainda mais que recebi, há algumas semanas atrás, uma carta de uma amiga de infância que mora em Belo Horizonte. Fiquei muito surpresa com a atitude dela em me escrever e, também, fiquei triste... Fiquei pensando que sim, eu tinha alguns amigos e amigas lá, mas não sabia dar valor e queria sempre mais e mais. O que eu mais queria era voltar no tempo para aproveitar cada segundo dos momentos que passei com todos que deixei e creio que agora estou pagando por tudo o que reclamava... Agora sim vivo no poço da solidão e ela me consterna à cada dia.
Realmente quero uma maneira de arrumar amigos e realmente quero ser feliz. É Deus... Somente o Senhor pode me ajudar, mas nem tenho em vista o quê fazer... Quero ajuda e necessito dela para melhorar meu mental.
Automaticamente, tendo amigos, será o próximo passo para apaixonar por alguém... Há anos que não sinto tal "catrastófe" emocional, mas também preciso amar alguém e que isso seja de um modo recíproco. Ou será que preciso me apaixonar por alguém e este abrirá meus sentimentos para arrumar amigos? Preciso com urgência de um ou outro... Já não importa a ordem...
Sigo desta forma: Alguma de minhas composições e, logo após, algum pensamento; poema; texto que admiro. É isso.


CONTROVÉRSIAS - SMITH (Eu), 08/06/2006.
A Insensatez pertence à poça da Infelicidade
O Desânimo pertence à poça da Obscuridade
A Idiotice pertence à poça da Banalidade

Posso declarar toda burrice com palavras sem sentidos
E sem particularidades com seus sinônimos
Anonimatos descrevo através de palavras peculiares

Se ao menos eu pudesse terminar com o meio de uma estória
Se a Insensatez fosse Sensatez
O Desânimo fosse Ânimo
A Idiotice fosse Audácia

Se ao menos eu pudesse caçar o Maléfico
Se ao menos eu pudesse entender os Dons
Se ao menos eu pudesse usá-los em pró dos Artifícios Vitais

A Vida é contra minhas idéias
Eu conto os dias por lá e por aqui
Eu conto a Felicidade de me ver fora desse meio obscuro

Se ao menos eu pudesse entender as maravilhas de Deus
Se ao menos eu pudesse entendê-las e usá-las
Se... Se... Se: sem significado para as rotinas cotidianas.


"Isso leva a dor para longe
Mas não faz você ficar
Isso é a maneira para quebrar, para fixar
Nenhuma cola, nenhuma mala de truques
Me deposite
A mentira desfraldará
Me ponha para rastejar

Seu sorriso deveria me fazer espirrar
Quando nós éramos siameses
Surpreendente graça que está aqui
Eu pagaria para ter você por perto
Me deposite
A mentira desfraldará
Me ponha para rastejar (...)"

-Autoria: Brian Molko (Placebo)
-Música: "The Crawl" -- "O Rastejo" (tradução)
-Álbum: "Without You I'm Nothing" (1998)




quinta-feira, 7 de junho de 2007

O Ciclo Pertinente da Solidão em Mim...

Foto: Lycia (1997), dupla musical gótica. Em foco, Mike VanPortfleet (guitarra, baixo, violão, bateria acústica, órgão, teclado, efeitos, vocal) e Tara Vanflower (vocal, percussão, efeitos).

A Percepção é algo que machuca profundamente e dói ainda mais quando se trata de uma Exclusão Própria e Comunitária. Antigamente, quando morava em Belo Horizonte, achava que a Solidão fosse "O Sentimento Comunitário", mas nestes tempos que tenho vivido, morando há dois anos em Brasília, percebi que não, a Solidão se trata exclusivamente de Mim, do Meu Eu Bizarro, do Meu Ser Demente, da Minha Mente Cansada, do Meu Corpo Torto.
Bizarro por todos que me tratam como tal e há tempos que também me acho desta forma, Demente por todas as besteiras que já fiz com minha Vidinha Pacata, Mente Cansada por tudo isso e Corpo Torto por carregar uma cabeça cheia de Problemas Estúpidos, causados por esta Sociedade Desigualitária.
Pois sim, certo, será Eu Egoísta por achar que somente Minha Vida é "reluzente" pela Solidão? Mas, sabe, às vezes, digo, sempre acho que só Eu não tenho amigos, só Eu sou um Alguém Sozinho, só Eu vivo pelos Cantos onde os Anjos Tenebrosos das Trevas vagam, só, só e somente só Eu... Quando terei a Felicidade me rodando e, enfim, batendo em Minha Porta e eu permitindo ela entrar em Meus Caminhos? Quando terei Fatos Inesquecíveis e Alegres e poderei sair, por aí, contanto para aqueles que considero meus amigos, tendo certeza de que será algo recíproco? Quando, Meu Deus, serei Feliz? Já faço esta pergunta há anos e anos e nenhuma resposta, ao menos vaga, eu recebo... Quero ter amigos, para compartilhar essas Tristezas e Lamúrias, amigos que me entendem e quero ser amiga deles para entendê-los também.
Ainda tenho Fé que irei Sorrir, ainda tenho Fé nesses amigos que um dia irei encontrar, ainda tenho Fé em Minha Vida... Mas esses Momentos Ruins não passam, como este, de agora... Confesso que não sei de mais nada e que, apenas, Quero o que Realmente Quero e Nada além desta Certeza...
Um dia, verei como a Pscicanálise será útil para entender estes Problemas que estarão em meu subconsciente no "Recipiente-do-Pretérito"...

Sigo desta forma: Alguma de minhas composições e, logo após,
algum pensamento; poema; texto que admiro.
É isso.

AMBULATÓRIO VITAL – SMITH (Eu), 15/02/2007.
No meu Ambulatório-Portátil,
Onde tudo é Guardado para Agora ou Depois,
Ocorrem, sempre, Pensamentos Incomuns
Ele costumava ser Elétrico,
Mas o deixei com Força Própria
Para sua Auto-Adaptação
Será que isto é bom? Eu fiz o correto?

No meu Transporte-Questionário,
Onde tudo é Carregado para Agora ou Depois,
Ocorrem, sempre, Práticas Involuntárias
Ele costumava ser meu “Porto-Seguro”,
Mas o deixei de Escanteio
Para sua Auto-Sobrevivência
Será que isto é bom? Eu fiz o correto?

No meu Bombeamento-Interno,
Onde tudo é Sentido para Agora ou Depois,
Ocorrem, sempre, Palpitações Enganosas
Ele costumava ser o “Bobo-da-Côrte”,
Mas o deixei Trancado
Para seu Auto-Crescimento
Será que isto é bom? Eu fiz o correto?

E o que tudo isso significa?
Uma Vida Consternada?
Ou um Trajeto Mau Traçado?

Mas Almejarei uma conquista:
Ambulatório-Portátil Invertido
Transporte-Questionário Cabalhoteando
E Bombeamento-Interno Colorido

Oh, Colorido...
POEMA DAS SETE FACES
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás das mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas, pretas, amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
(Carlos Drumond de Andrade)

domingo, 3 de junho de 2007

O Útero Inicial...

Figura: Um lugar em pleno "Blurry Oblivion"...

O Ódio nos mata com o passar do tempo e este nos enterra. Incontáveis infelicidades, festejas pela tortura do fraterno! Pasmem por tal medíocre, que pode ser eu e qualquer um de nós... Somente Deus pode intervir nessa lamúria e tremenda ignorância. Deixo-me por aqui em oblivion.

Sigo dessa forma: Alguma de minhas composições e, logo após,
algum pensamento; poema; texto que admiro.
É isso.

O MURO - SMITH (EU), 31/03/2006.Sinto um cansaço cruel,
No qual sufoca-me.
Não sei, não entendo
As normas desse lugar obscuro...
(Consternação)

Mas tenho em mente um Muro
Onde separa a Ventania da Luz,
A Solidão da Felicidade,
O Temor da Paz.
(Indicação)

Será que a Sensatez é capaz de entender as Leis de nosso Ciclo?
(Exaustão)

Não sei, não entendo...
Só tenho em mente que aqui é o lugar da Perdição,
Das Cruzes e Decepções da Vida...(Atormentação)

É um Muro Finito...
Mas perco-me no trajeto deste.
(Percepção)

Não sei, não entendo as normas desse lugar obscuro.
Mas tenho em mente que aqui é o lugar da Perdição,
Das Cruzes e Decepções da Vida...
(Atormentação)

É um Muro Finito...
Mas perco-me, por completo, no trajeto deste...
(Percepção)

"Sim, minha força está na solidão.Não tenho medo de chuvas tempestivas,
nem das grandes ventanias soltas,
pois eu também sou o escuro da noite." (Clarice Lispector)