sábado, 4 de junho de 2011

Realmente, ele não vai voltar...

Foto: Qual será o rumo correto para encontrar aquilo que se foi? Será que existe ou será somente a utopia desejada e idealizada?

Logo abaixo, seguem trechos de algumas músicas traduzidos e que representam o que quero explanar no dia de hoje.

"Eu quero que você saiba
Ele não vai voltar
Olhe nos meus olhos:
Eu não vou voltar. (...)
Olhe nos meus olhos,
É o único jeito de você saber que digo a verdade (...)"
Knives Out, Radiohead

"(...) Porque é simples não fazer
Tão mais simples não fazer, nada
E o que vai embora nunca volta pra você (...)"
Wake Up, Alanis Morissette

"Nós passamos pela escada, falamos do que foi e quando
Embora eu não estivesse lá, ele disse que eu era seu amigo
Qual veio como uma surpresa, eu falei dentro dos olhos dele
Achei que você tinha morrido sozinho, há muito, muito tempo atrás (...)"
The Man Who Sold The World
, David Bowie

Agora um trecho da bíblico, de mesmo contexto dos trechos musicais acima.

"(...) E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério. (...)"
Hebreus 6:6

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Hoje, tentarei ser o mais breve possível e irei explanar o que todos esses trechos representam diante o que percebo na sociedade atual, sobre o arrependimento.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#


Como diria o consensual, "se arrependimento matasse...", de fato, todos nós não estaríamos mais por aqui. Mas, o que de fato significa o ato de arrepender-se, o concreto arrependimento?

Arrependimento significa mudança de mentalidade, atitude contrária àquela tomada anteriormente.

De acordo com os trechos musicais, temos nítido o siginificado do arrependimento como algo totalmente contraditório: "Eu quero que você saiba/ Ele não vai voltar", "E o que vai embora nunca volta pra você", "Nós passamos pela escada, falamos do que foi e quando / Embora eu não estivesse lá, ele disse que eu era seu amigo".

Explicando melhor os trechos, em metalinguagem, digo que os trechos são contraditórios pois é perceptível que há uma negação antes do fato relatado acontecer. No primeiro trecho, tem-se algo que não irá voltar, e somente olhando nos olhos do autor, que o alguém irá acreditar que algo não irá voltar. No segundo trecho, é dito que é melhor não fazer nada pois o que se vai nunca retorna ao alguém que o autor se refere na canção. No terceiro trecho, o autor falou com outro alguém das coisas que aconteceram com um terceiro alguém, mas a gravidade parece ser tanta por algo que ocorreu entre os três, que pensou que este terceiro alguém tivesse "morrido" (metáfora), há tempos.

Então, é melhor dizer a verdade, é melhor não fazer nada e é melhor pensar na inexistência do ocorrido, digo, é melhor se arrepender. Repondo assim o título de minha postagem, realmente, nada vai voltar, basta arrepender-se. Respondo também as perguntas que fiz abaixo da foto desta postagem. Sim, é melhor se arrepender e seguir este rumo, mesmo não tendo o poder de fazer as coisas voltarem para ser feito diferente.

Não existem um rumo certo a seguir se não começarmos a mudar o que estamos vivendo no aqui-agora. A nossa essência é primordial para a nossa real mudança, pois devemos nos perceber tal como somos antes que querer mudar tudo o que está a nossa volta. Entrando num Processo de Amadurecimento-Arrependimento, veremos o quanto erramos e o quanto vale o nosso potencial inovador. Ao contrário disso, vivemos sim numa utopia desejada e totalmente idealizada. Uma Pré-Eclampsia da Mente.

Como diz no trecho bíblico, fazendo outra metalinguagem, que sejamos renovados para o ato de arrepender-se, pois caso contrários, é como estivéssemos crucificando Jesus Cristo, o Filho de Deus, toda vez que nos negamos a enxergar os nossos erros, o nosso passado.

Desta forma, acredito que podemos voltar atrás sim, amadurecendo e logo se arrependendo. Mas confesso que no lugar deste processo, entramos em outro processo bem famoso... Processo de Embaçar-Esquecer. É muito mais agradável encarar as circunstâncias ruins embaçando-as e esquecendo-as, sem utilizar o nosso real poder de inovação, essencial a todos os seres humanos viventes. É, talvez para muitos de nós, mais fácil entrarmos numa bolha totalmente embaçada, onde não podemos ver absolutamente nada, e lubrificá-la (ainda) com o óleo do esquecimento.

Que podemos entrar em total empatia com aquilo que vivemos. Sem medo e sem pudor de assumirmos o que fazemos. O arrependimento está aí, pronto para ser assumido. Basta somente a famosa Tomada de Consciência: transformar o que vivemos em atitudes concretas e viáveis para uma Vida plena e equilibrada.

(In) Blurry Oblivion, até a próxima.