terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Útero (Re)Inicial: tomando nota - finalmente...


The Mahavishnu Orchestra, década de 1970, New Jazz.

Ao som de Vision is a Naked Sword, som em perfeito Oblivion, e depois de ter tomado "vergonha na cara" (senso-comum), inicio o que planejei há 3 anos quando resolvi montar este blog. Agora com o pouco (muito pouco mesmo) de estudos que tenho sobre a Psicologia, creio ter mais embasamento para colocar minha hipótese, ou tese, ou teoria, enfim (nem eu sei)... Sei que minha mente é um turbilhão de idéias. Se a pesquisa do Bico dos Tentilhões de Darwin deu certo, mais a sua teoria da Seleção Natural, e tantas outras que influenciaram grandes teóricos, por que as minhas idéias não poderiam dar certo também? Digo isso levando em consideração toda a falta de instrumentos e de tecnologia do século XIX (defendo a tecnologia neste momento). Pois bem, vamos ao que interessa, ao menos ao que me interessa.

Inicio de uma forma mais simples, pois não quero complicar as minhas próprias idéias. Se alguém não entender, lamento. E se alguém ousar a seguir o modelo da "suma falta de criatividade" e copiar minhas idéias, lamento mais ainda, pois não terá embasamento algum e nem entendimento para prosseguir o que tenho em mente há 3 vastos anos. Vou escrever do meu jeito e com as minhas próprias normas da língua portuguesa. Não usarei aqueles números no rodapé, primeiro pois seria uma santa demência usar isto num blog (quer liberdade maior na escrita do que num blog) e depois por ter minhas técnicas de texto. Amo sair de um contexto e ir para outro, totalmente distinto de época e/ou de conteúdo, isso torna-se algo um tanto psicodélico, diria. Partirei de princípios que no final, serão afinados numa espécie de funil. Desde a foto central, a música e tudo o que colocarei logo abaixo. Espero que me entendam.

"ISTE EGO SUM! SENSI, NEC MEA FALLIT IMAGO." (Ovídio)
* "Tu és eu mesmo! Percebo, já não me engana minha imagem."

O poeta romano conhecido como Ovídio (inspiração de Freud para compor a Teoria do Narcisismo), sendo mais precisa, Publius Ovidius Naso (nasceu em 20 de março de 43 a.C. em Sulmo, atual Sulmona, em Abruzos, Itália e morreu em Tomos, posteriormente Constança, na Romênia, no ano 17 d.C.), foi exilado sobre acusação de imoralidade - Isto me lembra muito o Marquês de Sade (século XVIII), este amoral e perseguido por isto, e creio que Ovídio teria que ter sido acusado de amoralidade e não imoralidade. Não vejo erro algum nisso, mas para a sociedade da época, autoridade máxima, não seria possível ter a sua própria moral, às vezes ou sempre, uma anti-moral - por ter escrito versos sobre a arte da sedução em "Ars Amatoria" (A Arte de Amar), principalmente, por promover o tema sobre a relação extraconjugal, com isso, afrontando os ideais dos valores da família.

Bem, o que pretendo com esse breve histórico de um grande poeta, ainda mais, do ano 43 a.C.?
Esta frase de Ovídio começa a exemplificar o que pretendo com isso... Enganar a si mesmo. Percebo que mesmo com o lixo intragável em relação a total "pouca-vergonha" (senso-comum) que é a nossa sociedade atual, há muito do que se pregava na sociedade da época de Ovídio. Veja:

MORAL = CONJUNTO DE REGRAS ÉTICAS E VÁLIDAS AO CONVÍVIO HUMANO.
AMORAL = QUEM SEGUE A SUA PRÓPRIA MORAL/CONJUNTO DE IDÉIAS, NÃO SE IMPORTANDO COM O QUE A SUA SOCIEDADE/CULTURA PREGA.
IMORAL = QUEM CONTRARIA O CONJUNTO DE REGRAS IMPOSTAS PELA SOCIEDADE.
* conceitos próprios

Quero exaltar tais conceitos sobre o modo de conduta de ser livre, ou seja, sobre a liberdade. Aprendi em Psicologia que de acordo com a Análise do Comportamento NÃO existe liberdade, digo, não existe "liberdade de escolha", pois tudo o que fazemos em nosso agora remetemos ao nosso passado. Ao meu ver é a mesma coisa, peço perdão ao meu entendimento egoísta e ignorante - egoísta por se tratar de algo totalmente particular e ignorante por não dominar tudo, toda as aprendizagens da Vida (inicio com letra maiúscula por achar que cada ser tem a sua própria Vida, como cada um tem a sua própria cultura).

"A hipótese de que o homem não é livre é essencial para a aplicação do método científico ao estudo do comportamento humano. (...) " (Skinner)
* infelizmente, ou não, eu não concordo com Skinner

Não quero fazer críticas à Análise do Comportamento. Respeito esta corrente e as suas teorias. Apenas não creio que não somos capazes de seguir amoralmente ou imoralmente. O que nos impede, talvez, seja o autoritarismo que (ainda) reina em nossa sociedade. Assim, enganamos a nós mesmo com toda a avalanche do autoritarismo imposto. Sim, ainda somos preconceituosos! Quer avalanche maior do que a imposição do preconceito... Eis exemplos totalmente de nosso cotidiano, para ser mais clara com esta minha explanação. Quando vemos uma moça branca namorando um rapaz negro, qual a nossa reação? Ou quando vemos um rapaz rico namorando um moça pobre? Quando vemos um professor negro ou nordestino? Quando vemos um médico negro ou que é de origem humilde? Quando vemos um estudante que entrou numa universidade através das cotas? Quando vemos dois homossexuais juntos? "E por aí se vai", como diria um professor que tive de Física no primeiro ano do ensino médio.

De acordo com a Psicologia Social, somos tomados pelas Instituições Sociais que nos cercam. A maior delas é a família. Toda a carga filogenética, ontogenética e cultural foram geradas no"ventre familiar". E os preconceitos... Eu diria que sim. A família é uma espécie de personalidade inata, pois desde do ventre de nossa mãe adquirimos cultura. Repito, o que escrevi por último é tom total de profundo egoísmo de meu Eu-totalitário-consciente - parte de mim que tem total razão no que diz para si mesmo, partindo de pressupostos de minha convivência com meu ambiente e, ao mesmo tempo, tomando consciência de tudo o que vi, ou seja, de forma plena e ativa.

Oras, se aprendemos, por que não somos livres? Se fomos gerados e soltos neste mundo de meu Deus, por que não somos livres? Se construímos um passado e estamos vivendo-o agora, por que não somos livres? Se fomos capazes de decidir em viver aquilo no passado e agora fazemos o que nos remete a ele, por que não somos livres? Persisto no AUTORITARISMO.

Somos exilados todos os dias pelo autoristarismo, assim como o poeta Ovídio. Digo, exilados em nosso interno, expandido isso para as nossas atitudes. Alguns usam a pouca liberdade que têm para seguir amoralmente. Outros usam-a para seguir desesperadamente imoralmente. Outros persistem em não ter liberdade e seguem moralmente. A extinção do autoritarismo poderia ser o início da solução de todos os problemas de nosso mundo, de toda a fome e miséria, de toda a corrupção, de toda a prostituição, de todas as drogas que matam os jovens, de toda a falta de união entre as religiões, de toda a falta de união e respeito entre a ciência e a religião.

Esta banda de New Jazz, da foto central, soube inovar na música usando a sua liberdade. Liberdade maior inovando na mistura de New Jazz com a Música Clássica em tal música. Para a década de 1970, não foram muito bem aclamados por o autoritarismo da época ser mais forte do que o atual. Assim como o naturalista Darwin, o poeta Ovídio, o escritor libertino Marquês de Sade e tantos outros, usaram de LIBERDADE. Mas o autoristarismo pôs tudo a perder, - sendo um forte ou um fraco autortarismo, sendo um autoritarismo da época de Ovídio ou da época do inovação do New Jazz, tanto faz, pois ele é único quando se trata do contexto em que ele age - utilizando do Blurry Oblivion.

Pois bem, finalmente, seja bem vindo ao meu Blurry Oblivion.


#-#-# (In) Blurry Oblivion #-#-#

Há 3 anos eu não sabia o que escrever sobre os meus tortuosos pensamentos, então, comecei a escrever neste blog tudo o que me machucava. Tudo aquilo que estava mal resolvido em meu esquecimento embaçado, ou seja, em meu Blurry Oblivion. Na verdade, comecei a fazer mais um blog pessoal. Com o passar do tempo, apenas colocava por aqui "coisas" que eu achava interessante, escritos meus, alegrias ou não-alegrias de Minha Vida (em letras maiúsculas pois é minha propriedade e de mais ninguém) e deixei um pouco de lado todas as minhas angústias e conternações passadas, que estão em meu esquecimento embaçado.

Oras, que raios de esquecimento embaçado é este? Ou melhor, este tal de Blurry Oblivion? Jamais direi, ao menos, por agora. Está tudo muito recente, tenho que praticar muito. Vou usá-lo sobre os fatos e sobre aquilo que penso. Quem sabe alguém seja capaz de entender um pedaço, quem sabe apenas o Oblivion, ou o Blurry. Enfim, tudo depende de cada um e da forma que irei relatar. Confesso que algumas poucas pessoas que me perguntaram o que se trata o Blurry Oblivion, eu disse algo, mas devo ter confundido tanto a pessoa pois esta foi minha intenção. Não poderia dizer o que se trata, de fato. Peço perdão e vamos voltar ao que interessa, ao menos para mim.

O autoritarismo não permite nenhum grau de liberdade. Ao contrário que diz o seu conceito, eu digo de forma totalmente egoísta que não existe. A regressão age nisto. Voltamos aquilo que nos traumatizou na maioridade de nosso interior, colocamos o pior de nós assim.

Não somente em nosso ambiente vemos o autoristarismo, mas também vemos o autoristarismo agindo em nós mesmos. Fazemos autoritarismo com o nosso próprio Eu-indefeso - parte de mim inata e que não entrou em contato com o meu ambiente e com minha cultura - e geramos dentro de nós aquilo que fazemos fora de nós. Por exemplo, a criação dos filhos, muitas vezes fazemos aquilo que nos traumatizou em nossas criações na criação de nossos filhos e queremos com isso que os filhos aprendam que é errado fazer isso ou aquilo outro. Não tenho filhos, mas sei que isso entra em conflito com o Eu-indefeso e ao invés que gerar algum tipo obediência ou aprendizado, aquilo consterna tal Eu por completo e, futuramente, gera patologias no Eu-conflituoso-inconsciente - parte de mim que entra em conflito com o ambiente, sem ter entendimento e explicação do porque está agindo desta forma, mas a explicação está escondida no inconsciente traumatizado, este totalmente regredido pelo passado.

Esquecemos e embaçamos por falta de opção, gerando o esquecimento embaçado. Gerando conflitos e guerras em nossas Vidas. Gerando conflitos e guerras em nosso ambiente. Gerando este completo caos em que vivemos, a sociedade, seja a antiga ou a atual.

Ao contrário do autoritarismo, a liberdade. Se de fato vivêssemos em uma sociedade livre em todos os sentidos, não seria necessário ser imoral, amoral e nem muito menos moral. Seríamos nós mesmos. Não seria necessário exilar os imorais ou perseguir os amorais. E nem muito menos respeitar os medíocres que se dizem morais. Seríamos, de fato, livres. Oras, somos livres! Mas em parte confesso que não somos. Esquecer e embaçar: esta não é a melhor saída, por isso não somos livres.

Eu poderia ter todo o saber do homem, mesmo assim ainda não adiantaria. O autoristarismo prevalece e não saberemos nunca como extigui-lo de nossa sociedade, pois vivemos em pleno esquecimento embaçado.

A idéia de apenas embaçar seria pior, pois seria uma hipocrisia ainda maior. O esquecer é mais "majestoso", diria, pois pensamos que não temos culpa por fazer tal ritual. O embaçar é imoral. O esquecimento é moral. O esquecimento embaçado é amoral, é uma opção de Vida que todo o mundo pratica. Conclusão, somos todos amorais e não livres, o autoritarismo não nos permite viver a liberdade e tenho dito.

Somos sim capazes de ser livres, porém reforço: entre regressão e esquecimento, encontramo-nos em em esquecimento embaçado. Eis a minha explicação para a nossa falta de LIBERDADE.

In
Blurry Oblivion, até a próxima.


Considerações finais:

* Utilizo as palavras em inglês por soar mais forte e por ter uma essência mais irônica. De fato, Blurry = Embaçado e Oblivion = Esquecimento. Não entendo quase nada da língua inglesa, fiz a concordância de forma egoísta. Se está certa ou não, não me importa. O que me importa é a idéia que ela transmite.
* Peço perdão pela minha confusão de idéias, mas com o tempo pretendo aprimorá-las. Creio que somente eu mesma entendi tudo isso, mas me conformo e me alegro por ter conseguido colocar as minhas idéias congeladas em palavras.
* O título desta postagem se refere a uma correlação com o título de minha primeira postagem neste blog, em 03 de Junho de 2007.
* Escrevi das 13h50 até às 17h00 e o tempo não foi em vão.